Alex Dobuzinskis , REUTERS
LOS ANGELES - Os criadores de Watchmen descrevem o filme como uma versão nova e psicologicamente complexa do gênero dos filmes sobre super-heróis, mas esperam que ele conquiste as bilheterias do mesmo modo como vêm fazendo os filmes convencionais baseados em super-heróis de quadrinhos.
Para isso, Watchmen, que estreia em todo o mundo esta semana, terá que atrair espectadores que nunca ouviram falar em personagens como Rorschach, Dr. Manhattan e Silk Spectre e que querem emoção e aventura, disseram analistas.
Durante anos considerou-se que seria impossível fazer um filme baseado nos romances em quadrinhos dos anos 1980 Watchmen, de Alan Moore e Dave Gibbons, em função da multiplicidade de personagens, da violência, das digressões e da abundância de diálogos.
- É um material difícil. Não dá para resumir numa cabeça de alfinete - afirmou a jornalistas o produtor Larry Gordon.
Mas o co-produtor Lloyd Levin disse que o público vem se sofisticando.
- O público de cinema de hoje alcançou o público dos quadrinhos dos anos 1980, e os super-heróis já fazem parte da tendência. Acho que existe a oportunidade de avançar um pouco mais.
Watchmen custou cerca de 120 milhões de dólares para ser feito e tem duas horas e 43 minutos de duração. A história acontece em 1985, em meio ao fantasma de uma guerra nuclear entre os EUA e a União Soviética.
O único super-herói com poderes reais é um cientista bizarro chamado Dr. Manhattan que é quase onipotente, mas foge para Marte porque não consegue entender os humanos, especialmente as mulheres. Billy Crudup faz o Dr. Manhattan, frequentemente nu e que ostenta um brilho azul gerado por computador.
Enquanto isso, um justiceiro mascarado chamado Rorschach (James Earle Haley) persegue o matador de outro super-herói, o Comediante (Jeffrey Dean Morgan). Os super-heróis aposentados Coruja (Patrick Wilson) e Silk Spectre (Malin Akerman) se juntam a ele e descobrem uma conspiração com implicações perigosas para a humanidade.
Os livros de quadrinhos Watchmen têm uma base de ardorosos 'fanboys', muitos dos quais estavam ansiosos por ver a história no cinema. E a série tem pedigree literário, tendo sido citada pela revista Time como um dos 100 melhores romances em língua inglesa lançados desde 1923.
O diretor Zack Snyder, cuja adaptação para o cinema da série de quadrinhos 300, em 2007, rendeu mais de 456 milhões de dólares em todo o mundo, quer tranquilizar os leitores de Watchmen, dizendo que foi fiel ao material de origem.
Snyder disse que uma cópia encadernada da série de quadrinhos estava sempre no set de filmagens, como uma Bíblia, e os atores disseram que a consultavam mais do que consultavam o roteiro.
- Será que já houve um filme comercial de Hollywood tão feito para os 'fanboys' quanto este? Duvido - disse Snyder.