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Entenda por quê os reis do auditório ganharam fama no Brasil

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Desde a inauguração da TV brasileira, na década de 1950, os apresentadores de TV usam e abusam de gírias e bordões para conquistar público e fixar a imagem na telinha, criando assim uma identificação com quem os assiste. Esses chamativos prendem a atenção do telespectador, que acaba levando as frases e palavras para o dia a dia e isso só os torna mais conhecidos.

Chacrinha virou o cara do troféu abacaxi, Bolinha comandava seu próprio clube, e a morte de Flávio Cavalcanti chegou a interromper a programação da rede de TV em que ele trabalhava. Silvio Santos ficou conhecido como o "homem do baú" e a cada semana disparava aviõezinhos com notas de dinheiro para a plateia. Raul Gil sempre sugeriu para que você tirasse o chapéu, e se dançasse, que pegasse um banquinho e saísse de fininho.

Gugu e Faustão travaram uma verdadeira batalha pela audiência dominical. O primeiro exibia quadros como Táxi do Gugu e De Volta Para Minha Terra, enquanto Faustão se preocupava com o Se Vira Nos 30 para dizer "quem sabe faz ao vivo", e aqueles que levavam atores e atrizes globais para dançar, participar de atividades de circo e até cantar no karaokê.

Luciano Huck ficou famoso com o seu: "loucura, loucura, loucura...", seus quadros de apelo popular dando uma ajudinha para os brasileiros, como Lata VelhaLar Doce Lar e Olha Minha Banda. E, mais recentemente, Rodrigo Faro pelo e seu "dança, gatinho", que a cada semana faz o apresentador imitar celebridades, coreografando músicas e se vestindo igual ao ídolo homenageado. Nas suas transformações, ele já dublou até cantoras internacionais, como Lady Gaga e Fergie.

Veja quem são os reis do auditório:

Augusto Liberato

Gugu é o codinome do apresentador e empresário Antonio Augusto Liberato. Antes de seguir a carreira como comunicador, tentou cursar Odontologia, mas desistiu por conta de atritos com um de seus professores. 

Depois disso, tentou ser seminarista, mas sua criatividade – apontada pelos padres – foi o passaporte para que ele cursasse Jornalismo. Ele mandava cartas para Silvio Santos, sugerindo programas em sua rede. Em 1978, foi contratado para ser produtor de dois programas: 'Domingo no Parque' e 'Cidade Contra Cidade'. 

Em 1981, quando se formou, passou a ser apresentador da Sessão Premiada paulista - a versão carioca era apresentada por Paulo Barboza. Em 1982, com a criação de um programa para os sábados, se tornou apresentador do famoso 'Viva a Noite'. 

Ainda na década de 1980, lançou os grupos Polegar e Dominó, cuja sonoridade se assemelha à do grupo internacional Menudo. Ele também comandou programas como 'Corrida Maluca', 'Passa ou Repassa' e 'Sabadão Setanejo', que depois virou só 'Sabadão'. 

Após 16 anos comandando o 'Domingo Legal' (de 1993), no SBT, em 2009 trocou a emissora do homem do baú pela Rede Record, onde desde então apresenta o 'Programa do Gugu'.

Bolinha

Édson Cury ganhou fama sob o apelido de Bolinha, o rei do auditório que caiu por acidente nessa profissão e se consagrou na história da TV brasileira.

Iniciou sua trajetória na televisão como comentarista esportivo, mas em 1967 foi chamado às pressas para substituir Chacrinha na TV Excelsior. Ele não somente deu continuidade ao programa como elevou o Ibope.

Sua fama se deu entre 1974 e 1994, período em que apresentou o 'Clube do Bolinha' na Band, com o qual registrava altos índices de audiência e liderava a disputa contra a concorrência.

Uma das marcas registradas de seu programa era o quadro 'Eles e Elas', no qual transformistas e travestis faziam seus shows de dublagem. Ele morreu em 1 de julho de 1998, vítima de câncer no aparelho digestivo.

Chacrinha

'Na televisão, nada se cria, tudo se copia', 'Teresinha!', 'Vocês querem bacalhau?', 'Eu vim para confundir, não para explicar!' e 'Quem não se comunica, se trumbica!' foram frases célebres, eternizadas por José Abelardo Barbosa de Medeiros, conhecido até hoje pelo apelido Chacrinha.

Embora tenha morrido há quase 23 anos - no dia 30 de junho de 1988 após um infarto, somado por insuficiência respiratória -, ele ainda é referência para muitos comunicadores, mesmo aqueles que sequer haviam nascido enquanto o Velho Guerreiro animava as tardes de sábado.

Estreou na TV em 1956 com o programa 'Rancho Alegre', na TV Tupi, onde também apresentou o 'Discoteca do Chacrinha'. Teve uma passagem pela TV Rio e em 1970 acabou contratado pela Globo, onde comandou auditórios semanalmente com o 'Buzina do Chacrinha', no qual fazia show de calouros e distribuía abacaxis. Dois anos mais tarde retornou à Tupi e em 1978 mudou-se para a Band. Em 1982 voltou à Globo e comandou o 'Cassino do Chacrinha'.

Faustão

Fausto Corrêa da Silva, o Faustão, nasceu em Araras, interior de São Paulo, e iniciou sua experiência no comando de auditórios ainda na rádio, na extinta Excelsior, com o Balancê, programa inicialmente apresentado por Osmar Santos, que deixou a atração para se dedicar a outros projetos.

Em 1984, a convite de Goulart de Andrade, levou o formato para a TV sob o título Perdidos na Noite. Em 1986 transferiu-se para a Band e em 1989 para a Globo, onde permanece até hoje com o consagrado DOmingão do Faustão.

Em maio de 2008 comemorou a milésima edição da atração, sendo homenageado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Flávio Cavalcanti

Carioca de sangue paulistano e alma não geográfica. Flávio Antônio Barbosa Nogueira Cavalcanti, ou apenas Flávio Cavalcanti, foi um dos maiores comunicadores da TV brasileira, que marcou a época dos que viram a televisão nascer no País até o dia 26 de maio de 1986, quando morreu aos 63 anos.

Antes de reinar à frente dos auditórios, Flávio trabalhou por anos como repórter e sua estreia na TV aconteceu em 1955, no 'Noite de Gala', exibido pela TV Rio.

No entanto, somente em 1957 ganharia seu próprio programa, o 'Um instante, Maestro!', transmitido pela TV Tupi no qual ele quebrava discos de vinil após tecer duras críticas.

Teve passagem pela TV Excelsior, onde apresentou o primeiro programa com júri da TV nacional, além de trabalhos na Band e SBT, onde comandou uma atração homônima desde 1983.

Silvio Santos, dono da emissora, lamentou a perda do amigo em 1986 e no dia de sua morte a emissora ficou o dia inteiro fora do ar, apenas rodando um slide avisando ao telespectador sobre o falecimento de Flávio.

Luciano Huck

Luciano Huck tentou a carreira de advogado, mas descobriu o gosto pela comunicação e deicidiu seguir a carreira de jornalista. Trabalhou em duas grandes emissoras de rádio de São Paulo e iniciou sua carreira na TV com o programa 'Circulando'.

Tornou-se nacionalmente conhecido com o programa 'H', exibido pela Band, onde lançou as personagens Tiazinha e Feiticeira.

O sucesso lhe deu tanta notoriedade que a Globo decidiu investir em seu potencial. Até hoje, ele comanda aos sábados o 'Caldeirão do Huck', recheado de quadros com prestação de serviços sociais.

Raul Gil

Raul Gil migrou para a carreira de apresentador de TV após ser gongado 17 vezes em shows de calouros, época em que tentava se lançar ao mercado como cantor. Sua persistência na música o fez ser contratado em 1957 pela TV Paulista para ser jurado do 'Calouros Toddynho', comandado por Hebe Camargo na TV Paulista, adquirida mais tarde pela Globo.

Seu programa sempre teve perfil bastante tradicional e conservador. Embora tenha passado por quase todas as emissoras do País, ele mantém o mesmo formato há anos, o que não deixa de atrair seu fiel público.

Atualmente no SBT, sua plateia vibra com o eterno show de calouros que promove todos os sábados, bem como a brincadeira 'Para quem você tira o chapéu?', quadro em que famosos aproveitam para detonar ou elogiar pessoas e situações que lhes agradem.

Rodrigo Faro

Rodrigo Faro é famoso desde os nove anos de idade, época em que começou a fazer comerciais para a TV. Aos 14 anos se lançou como apresentador no infantil ZYB Bom, da Band.

Em 1996 fez sua primeira novela, Antônio Alves, Taxista, exibida pelo SBT, no papel de Dário. Em seguida, transferiu-se para a Globo, onde ficou até 2007 atuando nas produções da emissora com papeis secundários.

Em 2008 mudou-se para a Record, empresa com a qual está vinculado até 2017. Apresenta O 'Melhor do Brasil', sucesso nas tardes de sábado, que rende bons índices à emissora. Além disso, comanda o reality show 'Ídolos'.

Silvio Santos

Silvio Santos nasceu Senor Abravanel, tem formação acadêmica de técnico em contabilidade, mas experiência de vida que o torna entre os populares o maior mito vivo dos comunicadores, sendo considerado o verdadeiro rei dos auditórios.

O espírito empreendedor o fez parar na televisão, em 1962, adaptando as brincadeiras que fazia em suas caravanas para a telinha no 'Vamos Brincar de Forca', da TV Paulista.

Quando esta foi incorporada à Globo, automaticamente Silvio passou a integrar o casting da toda-poderosa. Em 1976 transferiu-se para a TV Tupi, teve passagem pela Record - da qual acabou sócio - até montar a TVS, hoje conhecida por SBT.

Silvio sempre se destacou na TV por comandar grandes auditórios e está no ar até hoje com o 'Programa Silvio Santos', que, entre gincanas e testes de sorte, distribui dinheiro às pessoas que tentam vê-lo de perto.