Os congressistas do estado de Iowa aprovaram nesta quarta-feira (2) uma proibição mais rigorosa do aborto nos Estados Unidos, esperando influenciar sobre um tema que divide o país.
A Câmara do estado, controlada pelos republicanos, aprovou a proibição da maioria dos abortos quando for detectado pulso fetal - o que pode acontecer até a partir de seis semanas de gravidez. As exceções são vítimas de estupro, ou incesto.
Para que possa entrar em vigor, o texto deverá ser promulgado pela governadora republicana Kim Reynolds, que se opõe ao aborto.
Se Reynolds promulgar a lei, a restrição provavelmente irá despertar uma batalha judicial.
"Hoje estamos dando um passo corajoso para dizer à nação que Iowa defenderá os mais fracos, os que não têm voz, nossas crianças que vão nascer", disse a representante republicana Shannon Lundgren.
Os defensores deste texto apoiam que ele seja analisado pela Suprema Corte dos Estados Unidos, que legalizou o aborto no país em 1973, embora ainda exista um intenso debate sobre o tema e profundas divisões.
Mas o direito de decisão é nebuloso em meio a um debate complexo no país, especialmente em regiões onde os republicanos detêm o poder.
Os "pró-vida" veem Donald Trump como um aliado: foi o primeiro presidente americano a falar na Casa Branca em apoio à "Caminhada pela Vida" anual em Washington DC em janeiro.
O legislador republicano Steve King deu as boas-vindas a um texto que poderá "abrir caminho" a nível federal para os que se opõem ao direito ao aborto.
"Temos uma Câmara de Representantes pró-vida, um Senado americano pró-vida, um presidente pró-vida e uma Suprema Corte dos Estados Unidos que logo poderá ter um novo juiz constitucional", assinalou em comunicado.
Esses opositores ao aborto esperam que Trump nomeie algum dia um juiz conservador a mais para a Suprema Corte.
O Supremo rejeitou, em 2016, apelações da Dakota do Norte e do Arkansas para manter suas leis do pulso fetal, que tinham sido rechaçadas por tribunais inferiores.