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Espetáculo 'Geléia geral' celebra Tropicália misturando break, popping e dança contemporânea

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No ano em que completa 50 aniversários, o clássico álbum “Tropicália ou Panis et circenses” continua a inspirar misturas entre estilos, culturas e gerações. O espetáculo de dança “Geléia geral” (com acento mesmo), da Crütz Cia. de Dança. estreia na sexta-feira, no Teatro Cacilda Becker, para temporada de quatro semanas.

Na apresentação, os nove jovens dançarinos que integram a companhia, todos entre 23 e 30 anos, fundem danças urbanas e contemporânea para sacolejar ao ritmo de sucessos de Caetano Veloso, Gal Costa, Gilberto Gil, Nara Leão, Novos Baianos, Os Mutantes e Secos & Molhados,  

“A inspiração na Tropicália não foi aleatória, mas porque o movimento tem muito a ver com os valores criativos do nosso grupo”, diz Lucas Sauer, um dos dançarinos, que assina a direção e coreografia ao lado de Ricardo Lima. “Nosso trabalho é simultaneamente muito brasileiro e muito estrangeiro e essa mistura já é tropicalista”, acrescenta.

Lucas diz que os estilos que dançam também são tropicalizados. Há, de acordo com ele, hip hop, popping elementos de capoeira, breaking, entre outros. Já os dançarinos vêm de várias escolas diferentes: danças de rua, dança contemporânea e balé clássico.

Dentre as 18 músicas apresentadas estão, além do tema de Caetano que batizou o movimento, “Alegria, alegria”, “Domingo no parque”, “Baby” e “Divino maravilhoso”. Algumas músicas de grupos que não fazem exatamente parte da Tropicália, como “Mistério do planeta”, dos Novos Baianos, e “Sangue latino”, dos Secos e Molhados, também estão presentes. 

A história que criaram para amarrar as canções envolve uma trupe de rua, que começa a fazer um espetáculo dentro do espetáculo. Lucas diz que há ares de fábula no que contam e que beberam em fontes como “Auto da Compadecida”.

A obra só foi possível porque em 2017 a companhia venceu a competição  “Showcase” do festival de dança urbana Rio H2k. Como prêmio, receberam R$ 15 mil para a montagem, cuja pré-estreia aconteceu durante a oitava edição do evento, em junho, na Cidade das Artes. 

Uma gigantesca cortina (3 m X 28 m) com cerca de 120 mil fitinhas do Senhor do Bonfim integra a cenografia, de Clivia Cohen. A direção de produção é de Fernando Filetto, que ainda assina a iluminação junto a Nando Pereira.

Este é o terceiro espetáculo da companhia: em 2016, ela lançou “Um samba de amor desfeito” e “Uma dancinha para machucar os corações”, ambos com 30 minutos de duração, que circularam por dois festivais da França.

SERVIÇO

"Geléia Geral". Teatro Cacilda Becker -R. do Catete, 338 – Catete; Tel.: 2265-9933. De 29/6 a 22/7. Sextas e sábado, às 20h, domingo, às 18h. R$ 40. 60 mins.