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Quinta, 8 de maio de 2025

Mais importante festival de cinema socioambiental do continente ocupa CCBB e Cine Arte UFF

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Depois de sete edições em São Paulo, a Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental, mais importante festival da América do Sul sobre o tema, acontece pela primeira vez no Rio, de hoje até 13 de agosto. O festival vai exibir no Centro Cultural Banco do Brasil e no Cine Art UFF, em Niterói, uma seleção dos melhores filmes de sua edição mais recente, que aconteceu em São Paulo em junho. Sessões especiais estão programadas para o campus  da UFRJ na Praia Vermelha..

Na Mostra Internacional Contemporânea, serão apresentados 12 títulos, entre curtas e longas-metragens, representando 14 diferentes países (há duas coproduções). Os filmes discutem temas como “campo”, “cidades”, “consumo”, “povos e lugares”, “preservação” e “trabalho’”. 

Dentre os destaques está o longa australiano “Triste oceano”, de Karina Holden, documentário que alerta sobre a extinção de metade de toda a vida marinha do planeta nos últimos 40 anos. O filme retrata a luta de ativistas para chamar a atenção sobre a necessidade de mudanças urgentes em nossas atitudes a fim de preservar a biodiversidade marinha. A sessão, no Cine Arte UFF, amanhã, às 19h, será seguida de um debate em torno sobre mudanças climáticas com a advogada Alice Amorim, especialista em questões legais ligadas ao tema.

 Outro destaque é a coprodução entre Noruega e Reino Unido “Obrigado, chuva”, de Julia Dahr, filme em que a cineasta acompanha um pequeno agricultor queniano para registrar os impactos das mudanças climáticas em sua vida. A diretora foi eleita pela Forbes como uma das 30 personalidades jovens que estão definindo a mídia mundial e a obra foi selecionada para os festivais IDFA – Amsterdã, CPH:DOX e Hot Docs. A sessão deste filme, no CCBB, na sexta (3/8), às 18h, será seguida de um debate também sobre mudanças climáticas, com a diretora executiva do Instituto Clima e Sociedade, Ana Toni.

 Outros filmes importantes são “Dinheiro amargo”, do prestigiado documentarista chinês Wang Bing, duplamente premiado no Festival de Veneza, e “Cidadã Jane”,de Matt Tyrnauer, longa-metragem sobre a urbanista e ativista Jane Jacobs, que, em meados do século XX, esteve envolvida em uma série de lutas contra o processo de gentrificação de Nova York. “Sociedade do almoço grátis”, de Christian Tod, trata da possibilidade de uma renda básica para todos os cidadãos, confrontando a opinião de especialistas e figuras-chave de diversas escolas de pensamento, da ala neoliberal à esquerda utópica.

O CCBB Rio recebe ainda a Competição Latino-americana, em que serão exibidos 23 filmes, entre longas e curtas-metragens, que concorreram ao Prêmio de Melhor Filme Latino-americano da 7ª Mostra Ecofalante. Entre os exibidos, destaque para os vencedores do júri das categorias “melhor longa” e “melhor curta” latino-americanos, respectivamente: “Dedo na ferida”, de Silvio Tendler, e “Abigail”, de Valentina Homem e Isabel Penoni. 

Também será mostrado o vencedor da categoria “melhor filme pelo voto popular, “Ser Tão Velho Cerrado”, de André D’Elia.  O filme, que entra em cartaz no dia 9 e tem première carioca no festival, denuncia o processo de degradação que sofre o cerrado brasileiro, graças, entre outros, à invasão do agronegócio na região. Outra produção importante é “Krenak”, de Rogério Corrêa, história da tribo indígena Krenak, desde a declaração da “Guerra Justa”, pelo rei português D. João VI em 1808, até o desastre ambiental no Rio Doce, causado pela ruptura da barragem de minérios em Mariana, em 2015. As sessões do filme acontecem no CCBB, no dia 6/8, segunda, às 16h30 e 12/8, domingo, às 19h.

A Competição Latino-americana conta ainda, entre outros, com os curtas “Estás vendo coisas”, de Bárbara Wagner e Benjamin de Burca, selecionado para o Festival de Berlim e vencedor do prêmio Canal Brasil no Festival de Vitória e “O delírio é a redenção dos aflitos”, de Fellipe Fernandes, que esteve selecionado em Cannes, na seção Semana da Crítica e foi premiado no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro como melhor direção, melhor roteiro e melhor direção de arte.

Está prevista ainda uma sessão em homenagem a Chico Mendes, que lembra os 30 anos de seu assassinato, com o longa “Crianças da Amazônia”, de Denise Zmekhol. No filme, a cineasta percorre a rodovia BR 364, 15 anos depois da sua última passagem pela região, momento em que encontrou ambientalista, denunciando as mudanças e degradações ocorridas em nome do progresso.

Além dos filmes, o evento promove também cinco debates e dois bate-papos com realizadores. A programação completa pode ser acessada em ecofalante.org.br/. 

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SERVIÇO

MOSTRA ECOFALANTE DE CINEMA AMBIENTAL - Centro Cultural Banco do Brasil (R. Primeiro de Março - Centro); Cine Arte UFF (R. Miguel de Frias, 9 - Icaraí, Niterói; 

Tel.: 3674-7515). De hoje a 13 de agosto. Entrada gratuita. Programação completa em www.ecofalante.org.br/