Em uma emocionante missa de sétimo dia pelas vítimas em Brumadinho, o arcebispo de Belo Horizonte disse na noite desta quinta-feira que a tragédia é resultado da "idolatria do dinheiro" e exigiu uma investigação.
"O que vimos acontecer é fruto da idolatria do dinheiro. Precisamos de uma sociedade que gere trabalho, oportunidades. Que o lucro não passe por cima de pessoas", disse Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo de Belo Horizonte.
Há sete dias, o rompimento de uma barragem que continha resíduos de mineração, propriedade da empresa Vale, causou um tsunami de lama que matou 110 pessoas e deixou mais de 230 desaparecidos, segundo o último balanço. A maioria das vítimas era empregada pela empresa.
Ao cair da noite, nesta quinta-feira, familiares e amigos se reuniram na Igreja Matriz de São Sebastião, em Brumadinho.
Aqueles que chegaram cedo foram recebidos com flores brancas e puderam ser acomodados dentro da paróquia. Os demais acompanharam a cerimônia através de um telão instalado do lado de fora.
Durante a missa, na qual foram lidos os nomes das vítimas já identificadas, o arcebispo recordou a tragédia de Mariana, que deixou 19 mortos e devastou ecossistemas inteiros.
"Precisamos de leis mais adequadas. Minas Gerais não pode mais ser a mesma. O Brasil precisa mudar", afirmou.
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