ASSINE
search button

Bolsas sobem no Brasil e nos EUA após China preparar pacote de ações

Compartilhar

Em dia de recuperação para o mercado financeiro global, a Bolsa brasileira registrou alta de 0,81%, a 115.556 pontos nesta terça-feira (4). O giro financeiro ficou dentro da média diária para o ano de R$ 23,097 bilhões.

A alta do Ibovespa foi impulsionada por Petrobras e Vale. As ações ordinárias (com direito a voto) da petroleira subiram 2,5%, enquanto as preferenciais tiveram alta de 1,6%. A mineradora subiu 2,5%.

Na segunda (3), o índice subiu 0,76% depois de acumular queda de 3,9% na semana passada com o temor de investidores ao coronavírus. Já o dólar, que recuou 0,8% na segunda, a voltou a ganhar força, e subiu 0,21%, a R$ 4,2590. Ao lado do peso argentino, o real teve o pior desempenho desta terça.

No exterior, a Bolsa de tecnologia Nasdaq bateu seu recorde histórico, a 9.467 pontos, alta de 2,10%. Dow Jones subiu 1,44% e a S&P 500, 1,50%.

A melhora vem da expectativa de que o governo chinês prepara medidas de estímulo à economia, abalada pelo surto de coronavírus.

Além de revisar a meta de crescimento para 2020, de cerca de 6% --o que economista do setor privado avaliavam estar além do alcance da China--, o governo planeja aprovar mais gastos, isenção de impostos e subsídios para setores atingidos pelo vírus, além de estimular maior afrouxamento monetário para estimular empréstimos bancários e reduzir os custos de empréstimos para as empresas.

O banco central da China (PBOC) já injetou 1,7 trilhão de iuanes (US$ 242,74 bilhões) no mercado financeiro nos últimos dois dias por meio de operações de mercado aberto, numa tentativa de restaurar a confiança dos investidores, à medida que os mercados globais operava, com aversão a risco sob o impacto potencialmente prejudicial do vírus sobre o crescimento mundial.

As medidas de apoio estarão concentradas nos setores de varejo, abastecimento, logística, transporte e turismo, que provavelmente serão atingidos com força e ficarão especialmente vulneráveis à perda de empregos na China.

O aumento dos gastos do governo chinês pode elevar a relação do déficit orçamentário anual para 3% neste ano --o índice foi de 2,8% em 2019--, e os governos locais poderão emitir mais dívidas para financiar projetos de infraestrutura.

As autoridades chinesas consideram as medidas direcionadas mais eficazes do que a flexibilização irrestrita do crédito nesse estágio, dado que o surto pesou sobre as atividades industriais e de investimento devido ao feriado prolongado do Ano-Novo chinês em algumas regiões.

Em 20 de fevereiro, a China reduzirá sua principal taxa de empréstimos --a taxa primária de empréstimo (LPR, na sigla de inglês)-- e também deve reduzirá a taxa de compulsório dos bancos nas próximas semanas.

A preocupação no país, além de estancar a crise com o coronavírus, é evitar estímulos massivos como os da crise global de 2008 e 2009, que deixou a economia local com dívidas. (Júlia Moura/FolhaPressSNG)