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Anip comemora decisão da OMC

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BRASÍLIA, 13 de junho de 2007 - O presidente da Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (Anip), Vilien Soares, comemorou o resultado do painel da Organização Mundial do Comércio (OMC). Preocupado com a possibilidade de a concorrência em seu setor aumentar caso a OMC abrisse o mercado brasileiro aos pneus reformados europeus, Soares disse que está na hora de o Brasil "fazer a lição de casa" e impedir a importação de carcaças de pneus, o que é essencial para que a decisão favorável ao Brasil seja implementada.

"O Brasil precisa dar um sinal concreto de que está sendo coerente internamente. O espaço mais adequado para essa mudança é o Congresso. Temos que fazer uma lei que proíba de vez a importação de carcaças", disse o presidente da Anip.

Para o secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, a legislação brasileira é clara: A importação de produtos de consumo usados é proibida, apesar de um painel do Mercosul de 2000 ter obrigado o Brasil a importar pneus reformados dos países do bloco. Como foi uma decisão que só beneficia os países que integram a união aduaneira e o volume de pneus reformados importados é pequeno, a OMC considerou decisão do Mercosul discriminatória, mas justificável. No ano passado, o Brasil importou 164 mil pneus reformados do Uruguai.

O governo brasileiro estima que o consumo doméstico de pneus (novos e reformados) gere cerca de 40 milhões de carcaças por ano. A maior parte é despejada em lixões em aterros sanitários. No mundo, tal cifra soma 1 bilhão de unidades, ante 300 milhões na União Européia. Além de poluir a natureza, as carcaças dificultam o combate de doenças como a dengue. Menos da metade das carcaças é reutilizada. Em 2005, por exemplo, a indústria brasileira reformou 18,6 milhões de pneus.

Capobianco celebrou o fato de a OMC ter aceitado os argumentos da defesa brasileira, fundamentada em questões ambientais e de saúde pública.

"A decisão aumenta a credibilidade da OMC, que passava a imagem de uma instituição que só via questões comerciais."

(Fernando Exman - InvestNews)