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Baixa renda cresce e compra mais em grupo

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SÃO PAULO, 15 de abril de 2008 - A baixa renda, em especial as classes C e D, é a faixa da população mundial que mais cresce. No mundo todo, 60% da população ganhava entre 1 e 10 dólares por dia em 2000, e a previsão é de chegar a 70% em 2015. No Brasil a situação não é diferente. Aliado a isso o crescimento do crédito (+ 28,8%) e da renda (+3,6%), têm impulsionado o consumo em cerca de 6,5%. Em geral, 66% dos consumidores classificados nessas classes direcionam seu consumo para necessidades básicas e familiares, compartilhando as decisões de compra, ou seja, a capacidade de compra passa a ser do grupo familiar e não apenas do indivíduo.

Essa população deve ser tratada especialmente como grupo familiar, pois as decisões de compra são voltadas e tomadas por todos eles e não individualmente. ´O grande desafio está em identificar este grupo familiar e tratá-lo como tal, realizando um trabalho de escoragem pela capacidade do grupo em pagar as contas, que tem 29% da renda concentrada em alimentação e 23% em vestuário´, comenta a gerente de desenvolvimento técnico da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Maria Dolores Gil de Oliveira.

O problema é que se trata de uma faixa de consumidores de maior volatilidade financeira (dos 184 milhões de brasileiros, 174 milhões têm mais de 10 anos e apenas 87 milhões estão empregados), o que implica em maior chance de inadimplência, especialmente por descontrole financeiro, diante da crescente oferta de crédito.

Dessa forma os desafios da concessão de crédito são os de identificar a probabilidade de inadimplência e, em caso de falta de pagamento, qual a possibilidade do consumidor saldar sua dívida. De modo geral, tem-se que 54% das pessoas com situação negativa no SCPC quitam seus débitos pendentes em até 30 dias.

Segundo a executiva, ´esse dado nos leva a crer que esta população teve seu nome incluído no órgão de proteção ao crédito por descontrole financeiro, que pode ser revertido quando aplicado o score de recuperação para esta faixa da população´.

Mesmo aplicando-se as técnicas corretas de ´escoragem´, dos 54% que pagam suas dívidas e até 30 dias, cerca de 10% retorna aos órgãos de proteção crédito em um mês e outros 55% retorna em um ano.

(Redação - InvestNews)