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Expectativa por Copom pauta negócios

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SÃO PAULO, 15 de abril de 2008 - A reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que tem início hoje e termina amanhã é o principal evento no campo econômico. O consenso no mercado é de que irá haver aumento da taxa Selic, fixada em 11,25% ao ano. A maior parte dos analistas aposta em uma elevação de 0,25 ponto percentual. Há no mercado também a ala dos que estimam aumento de 0,50 ponto.

Para o conselheiro econômico da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), Istvan Kasznar, pelo histórico conservador do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e de sua equipe, é praticamente certa uma elevação da taxa básica da ordem de, pelo menos, 0,25 ponto.

Para o economista-chefe da Gradual Corretora, Pedro Paulo Silveira, o colegiado do Banco Central (BC) deve promover uma alta de 0,50 ponto na Selic. Para ele, o aumento nos juros já está dado como certo e isso já vem sendo sinalizado nas últimas atas do Copom decorrente da preocupação do comitê com a inflação dado o descompasso entre oferta e demanda interna.

Hoje foram divulgados novos dados que corroboram com uma visão altista da taxa básica econtrariam alguns analistas que viam uma espécie de desaceleração da economia brasileira neste início de ano. Pela manhã a Pesquisa Mensal do Comércio, elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou que as vendas tiveram expansão significativa, registrando alta de 12,2% em fevereiro. Isto aponta, mais uma vez, que a economia doméstica está aquecida e em franca expansão.

As projeções para os juros embutidos nos contratos de Depósitos Interfinanceiros (DI) já precificaram um aumento de pelo menos 0,25 ponto para a taxa Selic. O contrato de DI de julho, o mais líquido no momento, negociado na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) apontava taxa de juro anual de 11,63, ante 11,62% do ajuste anterior.

No front externo, foi divulgado o resultado do Índice de Preços ao Produtor (PPI, na sigla em inglês) que acelerou 1,1% em março, contra alta de 0,3% um mês antes e também acima das projeções de 0,6%. Já o núcleo, menos volátil, subiu 0,2% no mês passado, acima de 0,5% de fevereiro, mas em linha com as previsões.

(Maria de Lourdes Chagas - InvestNews)