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Paraguai realizará auditoria em Itaipu

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SÃO PAULO, 19 de agosto de 2008 - Carlos Mateo, novo diretor paraguaio da hidroelétrica de Itaipu, anunciou na última segunda-feira que fará uma auditoria das contas da represa por meio da controladoria e da procuradoria geral da Nação.

"Nos comprometemos a facilitar toda a informação sobre Itaipu à controladoria, à procuradoria geral, ao Senado e à Câmara dos Deputados assim que solicitarem", disse o funcionário.

A administração paraguaia da usina binacional, sobre o rio Paraná e na fronteira entre Brasil e Paraguai, jamais abriu as contas de Itaipu ao controle externo, desde a assinatura do tratado, entre os ditadores militares Alfredo Stroessner e Garrastazú Medici, em 1973.

Fernando Lugo, o novo presidente do Paraguai, prometeu em sua campanha eleitoral tornar transparente a administração de Itaipu, considerada como um dos principais focos de corrupção do país.

Mateo declarou hoje que já acertou com seu homólogo brasileiro, Jorge Samek, a divulgação de todos os dados necessários para tornar a administração da hidroelétrica transparente.

De acordo com o Mateo, os funcionários da represa ganham salários "de primeiro mundo". O diretor de Itaipu recebe 16 mil dólares mensais, três vezes mais que o presidente paraguaio.

Mateo também disse que limpará Itaipu dos funcionários fantasmas, referindo-se a cerca de 500 pessoas que recebem salários sem trabalhar. Paralelamente, Paraguai e Brasil seguirão com uma agenda visando a um acordo conjunto sobre a exigência de reajuste do valor pago pelo excedente da energia paraguaia vendida aos brasileiros, destacou o funcionário.

O diretor paraguaio da hidroelétrica de Itaipu admitiu que chegar a um acordo com o Brasil "não será fácil". "Quem acredita que isto vai ser fácil está enganando a opinião pública".

Após a posse de Lugo, na sexta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que estava disposto a negociar as reivindicações paraguaias, mas advertiu que qualquer reajuste levará em conta o impacto no bolso dos consumidores brasileiros.

A central hidroelétrica de Itaipu, a maior do mundo em funcionamento, fornece 19% da eletricidade consumida pelo Brasil. O Paraguai utiliza apenas 5% da eletricidade produzida lá e vende o restante ao Brasil.

De acordo com as autoridades paraguaias, essa venda representa cerca de US$ 300 milhões por ano. Assunção pretende aumentar esse número para aproximadamente US$ 2 bilhões.

(Redação com agências internacionais - InvestNews)