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Em busca da meta de inflação, incerteza pauta encontro

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SÃO PAULO, 28 de outubro de 2008 - Em meio à crise financeria que afeta a economia global, o Comitê de Política Monetária (Copom) ínicia hoje a penútima reunião do ano para discutir a economia brasileira. Ao contrário do que acontece em vários países pelo mundo, o Brasil pode continuar elevando a taxa básica de juro (Selic), para tentar manter a inflação dentro da meta fixada pelo governo central entre 2,5% a 6,5%, sendo que o centro (4,5%) deixou de ser a prioridade. Agora, o Comitê age para manter a inflação abaixo do teto.

Diante das incertezas quanto ao impacto da crise mundial na economia doméstica, o mercado se divide nas apostas quanto à decisão dos diretores do Banco Central (BC). Enquanto uma parcela ainda acredita na elevação da Selic, há alguns profissionais que apostam na manutenção dos juros, atualmente, em 13,75% ao ano. Segundo o economista do Sindicato das Financeiras do Estados do Rio de Janeiro (Secif), Istvan Kasznar, este é o momento mais difícil do colegiado durante todo a gestão de Henrique Meirelles à frente do BC. "Para quem avalia diariamente os indicadores econômicos, certamente está numa sinuca de bico para projetar os próximos passos da política monetária", disse.

De acordo com o Boletim Focus, divulgado ontem pelo Banco Central, a mediana das projeções das 100 instituições consultadas para elaboração do relatório, apontam para uma alta de 0,25 ponto percentual da Selic - de 13,75% para 14%.

No entanto, para o gerente da mesa financeira da Hencorp Commcor Corretora, Rodrigo Nassar, a preocupação com a inflação acumulada deve continuar em pauta, mas a cena externa é que vai dar o tom do encontro. "O BC vai continuar olhando mais lá para fora em busca de medidas para que a crise mundial não afete a demanda interna. Embora ainda em alta, a turbulência externa ainda não afetou a confiança consumidor brasileiro", disse.

Para ele, a redução do crédito por si já deve contribuir para uma desaceleração da inflação. "Subir juros agora seria um tiro no pé", conclui.

Já para o economista-chefe do Banco Schahin, Sílvio Campos Neto, o ciclo de aperto monetário pode ser interrompido para que o colegiado avalie melhor as perspectivas para 2009. "As perspectivas para os próximos meses são muito incertas, para não dizer sombrias", declara.

(Vanessa Stecanella - InvestNews)