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BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta terça-feira que, com o prolongamento da crise financeira mundial, a expectativa é que as economias reais sofram forte desaceleração. De acordo com o ministro, já se pode falar em 'recessão econômica' nos principais países, mas, por ora, ainda não há cenários de 'depressão'.
- É uma crise de longa duração, inédita. Na minha geração nunca tínhamos visto. Vamos ter um forte impacto na atividade real. A economia real do mundo todo vai desacelerar fortemente. O travamento do crédito pode se transmitir claramente para a economia real - comentou o ministro ao participar do 3º Encontro Nacional da Indústria, em Brasília.
- Já está prevista uma recessão econômica, que eu espero que não vire depressão - avaliou. Ao traçar um cenário dos efeitos da crise medidos até agora, Mantega voltou a afirmar que não se verifica, por enquanto, contágio dos bancos brasileiros, a exemplo do que aconteceu com os Estados Unidos e União Européia, mas observou que não se pode também aceitar de pronto a 'tese do não contágio'.
- Os efeitos da crise impactam menos os países em desenvolvimento e os países emergentes. Impacta também. Não há aquela tese do não contágio, mas esses países já têm um dinamismo maior, o mercado tem um potencial maior de crescimento, os fundamentos econômicos são, em geral, melhores, fizeram a lição de casa, acumularam reservas - disse o ministro.