Ayr Aliski, Jornal do Brasil
BRASÍLIA - O Brasil terá um crescimento de 5% a 5,5% neste ano, a despeito do aprofundamento da crise financeira internacional a partir de setembro. A projeção é do ministro da Fazenda, Guido Mantega, feita logo depois de o IBGE confirmar expansão do PIB do terceiro trimestre em 6,8%. De acordo com o ministro, os bons resultados acumulados nos três primeiros trimestres compensam, com folga, a desaceleração dada como certa no último trimestre, fazendo com que a média do ano fique em 5% ou mais.
Para 2009, o ministro continua a apostar em crescimento do PIB em 4%, mas alerta que não é uma simples previsão, mas um objetivo a ser alcançado.
Crescimento de 4% é meta que temos que trabalhar para alcançar. É uma construção, não uma mera previsão econômica disse, ao descartar taxas negativas de crescimento. Não teremos recessão.
Mantega comemorou o crescimento do PIB em 6,8% no terceiro trimestre, destacando que foi mais forte que no primeiro trimestre (6,1%) e no segundo trimestre (6,3%).
É um crescimento muito bom para o país, é um crescimento de qualidade disse o ministro, ao destacar que a formação bruta de capital fixo, em alta de 19,7%, e o crescimento da construção civil, em mais de 10%, são provas da saúde econômica do Brasil. Significa que estamos nos modernizando, que o parque produtivo brasileiro está recebendo máquinas mais modernas, capacitando o país para uma competição mais forte que haverá depois que essa crise se acalmar.
Bem-humorado perante os resultados do PIB divulgados pelo IBGE, o ministro tratou de ressaltar que o crescimento do PIB do terceiro trimestre foi dinamizado pelas ações do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), da Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP), lançado em maio pelo governo federal e também pelos programas sociais do governo, que reforçam o poder do mercado interno.
Este crescimento que tivemos significa que ganhamos musculatura, acumulamos forças para o período mais difícil que já está acontecendo no mundo e no Brasil disse Mantega. Nossa desaceleração será menor que a de outros países, que já estavam com crescimento debilitado desde o primeiro semestre do ano passado.
Para o ministro, o Brasil encontra-se em situação melhor que Rússia, China e Índia, os demais do BRIC, o grupo dos principais países emergentes. Mesmo assim, evitou repetir que o país estaria blindado contra as turbulências. Agora, admite que uma desaceleração que já era esperada . A redução do crescimento, de acordo com o ministro, é o resultado das dificuldades que a crise internacional está trazendo para o Brasil, declarou, ao projetar crescimento de 3% a 3,5% no último trimestre de 2008.