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SÃO PAULO - A General Motors estuda produzir no País três novos veículos que seriam inicialmente importados dos Estados Unidos e México. Segundo o presidente da montadora no Brasil, Jaime Ardila, a desvalorização do real frente ao dólar deixou a produção local interessante tanto para a exportação, quanto para a substituição de importações.
Ardila afirmou na terça-feira que "avalia a possibilidade de produzir localmente pelo menos três modelos que antes considerava importar". Além disso, a montadora também estuda nacionalizar o motor Ecotec, atualmente importado do México, que equipa uma nova versão do Captiva.
O presidente da companhia também condenou o protecionismo diante da crise. Ele afirmou que é um erro a estratégia do "made USA" apoiado por pacotes econômicos do presidente Barack Obama.
- Neste ponto estou com o presidente Lula. Isto pode causar uma onda protecionista e não é bom. É um erro dos Estados Unidos- disse.
Ardila considera que haverá novas ondas de demissões e fusões de montadoras em razão do encolhimento do mercado mundial. De acordo com ele, a capacidade mundial atual é de 90 milhões de unidades por ano enquanto a demanda caiu para 60 milhões e não vai se recuperar nos próximos anos.
- Fusões como da Fiat e Chrysler vão acontecer, pois traz racionalidade ao processo produtivo- disse.
Para Ardila, o País deve recuperar a competitividade externa se as taxas de câmbio se mantiverem neste patamar (acima dos R$ 2 por dólar). "Os anos de real forte foram errados do ponto de vista cambial", afirmou.
A presidente da companhia também defendeu a continuação da queda dos juros e ampliação do crédito ao consumidor. "Essa é a saída para o longo prazo, pois o corte do IPI é temporário", disse Ardila, referindo-se à redução do imposto para carros novos, que fica em vigor até o final de março.