Os investidores viram com otimismo a ligeira melhora da atividade manufatureira da China em fevereiro, apesar de ainda estar em níveis que indicam contração - o PMI (Índice de Atividade de Gerentes de Compras) ficou em 49 pontos no mês passado contra 45,3 em janeiro - e a perspectiva de que o governo esteja preparando um novo plano de estímulo à sua economia.
"O número mostra que a economia começa a se estabilizar, em um sinal de que as medidas do governo para estimular a atividade começam a surtir efeito", destaca um operador. Amanhã, o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, deve anunciar um pacote que prevê investimentos em infraestrutura e na indústria. O plano completaria os 4 trilhões de iuanes (US$ 585 bilhões) anunciado pelo governo no final do ano passado e tem por objetivo favorecer os setores com maior capacidade de geração de emprego.
Além disso, a percepção de que a economia brasileira está em condições muito melhores do que o restante dos países para atravessar a crise contribuiu com a trajetória do câmbio. Hoje, o BC informou que o saldo do fluxo cambial ficou positivo em US$ 841 milhões em fevereiro, apesar dos desdobramentos da crise. Mas ainda assim, no ano, o fluxo está deficitário em US$ 2,177 bilhões, reflexo do mau desempenho da balança em janeiro, que registrou déficit de US$ 3 bilhões.
Em meio a essas notícias, a queda do emprego nos Estados Unidos para o menor nível desde 2001 e a contração no setor de serviços acabaram sendo ofuscados. Já o Livro Bege do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), relatório elaborado pelos doze escritórios regionais da entidade monetária, indicou que a economia do país só deverá apresentar melhorias no final do ano de 2009 ou no início de 2010.
(Simone e Silva Bernardino - InvestNews)