Os indicadores econômicos norte-americanos também contribuíram para o otimismo ao mostrar sinais de recuperação. Hoje o Departamento de Comércio dos Estados Unidos divulgou que o volume de encomendas à indústria avançou 1,8% ou US$ 6,1 bilhões em fevereiro, após seis meses de queda. Para amanhã, é aguardado o relatório com os dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos, indicador ainda considerado bastante frágil diante do contexto econômico.
A euforia mundial contagiou os mercados de ações, câmbio e commodities. O dólar se desvalorizou de maneira generalizada e terminou o dia vendido a R$ 2,234, em baixa de 2,02%. Em Wall Street, a flexibilização das regras de marcação ao mercado impulsionou os papéis do setor bancário.
Na BM&FBovespa, o índice acionário também foi beneficiado pela flexibilização das normas de marcação a mercado. Esta norma, chamada "mark-to-market" ou "marcação a mercado", obriga as instituições financeiras a avaliar seus ativos no valor de mercado. Nos casos de ativos "tóxicos" herdados da bolha imobiliária, dificilmente intercambiáveis, este valor é muitas vezes considerado como muito frágil, causando grandes perdas para os bancos. Com a flexibilização permite que as instituições financeiras usem seu próprio julgamento para determinar o "valor justo" de seus ativos.
Ao final dos negócios, o Ibovespa encerrou o dia em forte alta de 4,19% aos 43.736 pontos. O giro financeiro somou R$ 5,89 bilhões.
No mercado de juros futuros, os investidores aproveitaram a quinta-feira para realizarem lucros depois de três dias seguidos de baixa. Na BM&FBovespa, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2010, o mais líquido, subiu de 9,67% para 9,80% ao ano.
O resultado do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe/USP) acima das expectativas também contribuiu para o movimento de alta na curva de juros. O indicador apontou inflação de 0,40%, o mercado estimava variação positiva de 0,27% a 0,38%, com mediana de 0,32%. Destaque para a elevação do grupo alimentação, reversão nos preços dos vestuários e maior alta das despesas pessoais.
Foi informado também que a Confederação Nacional da Indústria (CNI) voltou a apontar queda de confiança e aumento no pessimismo do consumidor para este ano de crise econômica global. O Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (INEC) recuou 3,2% no primeiro trimestre do ano sobre o quarto trimestre de 2008, acumulando retração de 8,1% desde setembro e o pior desde setembro de 2005.
(Redação - InvestNews)