Jornal do Brasil
RIO - A maioria dos brasileiros acredita que a economia vai se recuperar da atual crise mundial no próximo ano, segundo pesquisa do Serviço Mundial da BBC divulgada nesta quinta-feira. A sondagem realizada em 24 países mostra que 78% dos entrevistados em nove capitais brasileiras creem que a crise terminará dentro de um ano incluindo 44% que acham que o prazo será de apenas seis meses.
O país com menos expectativas de pronta recuperação é o Japão, onde apenas 9% dos entrevistados se incluem nesse grupo. Entretanto, quase um em cada três brasileiros diz não ter sido afetado pela crise global.
A pesquisa, realizada pelo instituto internacional GlobeScan e pela Universidade de Maryland para o Serviço Mundial da BBC, entrevistou 29.913 pessoas entre 24 de novembro de 2008 e 27 de fevereiro de 2009 em 24 países, 15 deles membros do G-20.
Deste total, 70% acreditam que a atual crise global mostra que são necessárias grandes mudanças na maneira como a economia mundial é conduzida. No Brasil, este grupo inclui 77% dos entrevistados. Outros 71% dos brasileiros acreditam que a economia brasileira também precisa de grandes mudanças para poder responder à crise.
A pesquisa revela um apelo mundial por atitudes firmes na cúpula do G-20 disse Doug Miller, diretor do GlobeScan. Os resultados sugerem que a maioria das pessoas vê o atual sistema econômico mundial como um fracasso.
Alta dos alimentos
A sondagem mostrou ainda que três em cada quatro entrevistados em todo o mundo foram pelo menos razoavelmente atingidos pelo aumento no preço dos alimentos.
A pesquisa destaca a crise esquecida da alta dos preços dos alimentos, que ainda está tendo um impacto negativo na vida de muita gente afirmou Miller.
No Brasil, 79% dos entrevistados reclamaram do impacto do problema nas suas vidas mas o número é menor do que os 91% relatados pelos brasileiros em uma pesquisa semelhante realizada em meados de 2008.
Entre os países onde os entrevistados menos sentiram a alta dos preços dos alimentos estão Alemanha (20%), China (21%) e Canadá (25%).