"O presidente Lula não está convencido até hoje, e eu compreendo que não esteja, porque a política adotada pelo Banco Central contribui para a estabilidade da economia brasileira", afirmou. "Concordo que esta política tem conseguido estabilidade de preços, mas não estabilidade macroeconômica".
Segundo ele, a estabilidade macroeconômica exigiria que o país estivesse livre de crises por conta do aumento do déficit nas contas externas. O Brasil apresentou uma piora no saldo das contas externas, chamadas de transações correntes, que é a soma de exportações, importações e serviços como viagens internacionais. "Em 2011, estaremos candidatos a crise externa", alerta Bresser, após participar da abertura do Programa Avançado Latino-Americano Para Repensar a Macroeconomia e o Desenvolvimento Econômico, realizado na sede da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Bresser Pereira mostrou-se totalmente contra manter a taxa de crescimento do país por meio de endividamento externo, que é uma forma de cobrir o déficit das contas externas. Pelos seus cálculos, a saída deveria ser combate ao gasto público e melhoria do sistema de arrecadação fiscal. Fazendo uma análise dos últimos 4 anos, ele afirmou que, até 2008, a gestão do governo federal manteve o gasto público sob controle.
Na previsão dele, a economia brasileira deve crescer algo em torno de 5% a 6% em 2010. Apesar dessa evolução, Bresser Pereira aponta que há uma condição desfavorável, porque diante do resultado de déficit nas contas externas o "país voltou a ter uma situação ideal para os países ricos em relação aos seus competidores em desenvolvimento, que é mantê-los fortemente endividados".
Com base em estudos comparativos que fez sobre o desempenho econômico das nações, Bresser apontou que o Brasil poderia ter tido um crescimento mais expressivo. Para ele, foi medíocre o resultado diante de outros parceiros do chamado Bric (grupo formado por Brasil Rússia, Índia e China). Os chineses tiveram crescimento foi três vezes maior no ano passado e a Índia, duas vezes mais. As informações são da Agência Brasil.
(Redação - Agência IN)