O subsecretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Carlos Lopes, lembrou que, no ano 1.000, os países do Hemisfério Sul chegaram a representar 82% da população e, sobretudo, da riqueza mundial. Após a Revolução Industrial, entretanto, houve uma troca de cenários. Mas agora, no período considerado pós-crise econômica, o especialista acredita que haverá a recuperação dos países do Sul liderados pela China.
"Os Bric vão assumir a liderança mundial junto aos Estados Unidos em 2050. Não falta muito tempo para que a China seja o primeiro líder. É a emergência de um novo poder no Sul, com uma camada de aspecto econômico, mais outras camadas igualmente interessantes", disse.
Ele elogiou, ainda, a criação do G20 - bloco de países ricos e principais países em desenvolvimento. Para Lopes, o surgimento do grupo era "uma necessidade" já que o G7 e mesmo o G8 já não são capazes de resolver problemas de origem econômica sem a participação dos emergentes. "Essa é uma raridade completamente ultrapassada", destacou.
Para o economista argentino e professor da Universidade de Buenos Aires, Jorge Beinstein, acordos de livre comércio como o que foi estabelecido no início deste ano entre a China e outros países asiáticos demonstra a importância de se apostar na alternativa Sul-Sul. Segundo ele, a medida vai afetar diretamente 1,9 bilhão de pessoas.
"Há um fenômeno de declínio dos Estados Unidos. Não é uma partição em quatro ou cinco potências. O que presenciamos é a decadência da unipolaridade, um processo de despolarização, de aparição de espaços de liberdade e de desenvolvimento", analisou Beinstein. As informações são da Agência Brasil.
(Redação - Agência IN)