"Hoje as preocupações mais acentuadas dos investidores estiveram voltadas para as dívidas de países europeus, mais especificamente Portugal e Espanha", afirmou Silvio Campos Neto, economista do Banco Schahin.
Além disso, segundo Campos Neto, os agentes financeiros não receberam bem o indicador que avalia os pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos. O índice avançou inesperadamente 8 mil na semana terminada em 23 de janeiro. O número de solicitações ficou em 480 mil pedidos.
"Outro ponto que pesou sobre os negócios durante a sessão foi a preocupação dos agentes com possíveis números ruins sobre a economia norte-americana que serão divulgados amanhã", disse o economista do Banco Schahin, referindo-se ao payroll.
O mercado acompanhou ainda que a produtividade do norte-americano cresceu 6,2% no quarto trimestre de 2009, ante o período anterior. A expectativa do mercado era de crescimento de 5,2%.
Ainda no cenário externo, de acordo com Campos Neto, o resultado trimestral do Santander ajudou a disseminar o pessimismo entre os agentes. O maior banco espanhol anunciou hoje lucro líquido de ? 8,94 bilhões (US$12,52 bilhões) em 2009, com crescimento de 0,7% em relação a 2008.
Diante deste cenário, o dólar se valorizou frente às principais moedas e com isso as commodities foram penalizadas. No caso do petróleo, o preço do barril tipo WTI caiu 5%, vendido a US$ 73,15.
O comportamento das matérias-primas aliado as tensões externas puxaram para baixo o desempenho do Índice Bovespa, uma vez que as ações que possuem maior peso são relacionadas as commodities.
Com isso, os papeis preferenciais da Petrobras terminaram com decréscimo de 5,11%, enquanto que os preferenciais da Vale tiveram queda de 5,21%. Acompanhando o mau humor, as ações do setor financeiro também pesaram sobre os negócios, com as preferenciais do Itaú Unibanco em queda de 3,85% e as ordinárias do Banco do Brasil (BB) fecharam com recuo de 1,84%.
(Déborah Costa - Agência IN)