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Fenabrave diminui previsão de vendas de veículos

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SÃO PAULO, 4 de maio de 2010 - A sinalização de que o governo federal pretende reduzir o ritmo de crescimento da economia para manter a inflação sob controle fez as concessionárias de veículos revisarem as previsões para este ano. A Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) havia estimado aumento de 10,2% nas vendas de automóveis e de 10,02% na comercialização de todos os tipos veículos para 2010. Segundo balanço divulgado hoje, a previsão, agora, é de que as vendas de automóveis cresçam este ano 6,39%. No geral, a expectativa de crescimento passou a ser de 8,46%.

"Nós fizemos a revisão em função dessas posturas da área técnica do governo. O governo está anunciando aumento da taxa de juros, responsabilidade fiscal, que quer que o país cresça mais sem prejudicar as metas de inflação", explicou o presidente da Fenabrave, Sérgio Reze.

Mesmo com uma previsão de crescimento mais modesta, este ano está sendo o melhor dos últimos dez anos na venda de automóveis. Foram 208.919 unidades vendidas em abril e 813.452 no acumulado do primeiro quadrimestre. Apesar do resultado recorde, abril apresentou uma queda de 24,15% na comparação com março. Reze atribuiu a retração ao fim da desoneração do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros movidos a álcool e bicombustíveis e o menor número de dias úteis no mês passado.

"Aquele ganho que ele teria com o IPI em abril ele não tem mais. Isso é um ponto que atua psicologicamente junto ao comprador. Já o número de dias úteis do mês de abril, menor do que o de março - três a menos - ensejou a perda de 40 mil veículos", avaliou.

O setor de caminhões, que havia apresentado fortes quedas no ano passado, também teve em abril o melhor desempenho da década, segundo a Fenabrave. No mês passado, foram vendidas 13.596 unidades, 62,44% a mais do que em abril de 2009. A recuperação das vendas de caminhões foi consequência, de acordo com Reze, da retomada do crescimento econômico e do acesso facilitado ao crédito com as linhas oferecidas pelo governo.

"Você tem o aquecimento da economia e o incentivo que o governo fez com a redução de juros via Finame [Financiamento de Máquinas e Equipamentos] do BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social]. E havia uma demanda reprimida", concluiu. As informações são da Agência Brasil.

(Redação - Agência IN)