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Com Copa e fim de incentivos, indústria recua em junho

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S O PAULO, 28 de julho de 2010 - Repercutindo o "efeito Copa do Mundo" e a "ressaca" dos consumidores após terem antecipado compras antes do fim dos incentivos fiscais, a atividade da indústria paulista registrou o pior junho em três anos. No mês, o INA teve retração de 0,6% ante maio, na série com ajuste sazonal, e baixa de 0,3% sem ajuste.

"Em junho, tivemos quatro jogos do Brasil pela Copa do Mundo [de futebol]. A maior parte das indústrias relataram ter reduzido atividade em função dos jogos. No mesmo sentido, tivemos o fim dos benefícios tributários em março, estendidos até abril, o que incentivou o consumidor a antecipar compras, ressultando, agora, em um período de 'ressaca'. Estes são fatores com efeitos difíceis de mensurar, não sabemos bem sua dimensão, mas interferem na atividade industrial", segundo, Paulo Francini, diretor do Departamento de Economia (Depecon) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Francini destacou ainda a contribuição do Banco Central (BC) para a desaceleração da atividade. "O BC, por meio da elevação da taxa básica de juros, vem jogando água no que ainda nem ferveu, e vai conseguindo seus efeitos, dentre eles, a redução da atividade industrial", acrescentou.

Ele considerou que a ata do BC, prevista para amanhã, deveria começar com um "pedido de desculpas". Para o economista, a autoridade monetária confundiu a antecipação das compras, em função dos abrandamentos tributários, com uma "demanda exagerada".

Em junho, ainda na comparação com maio, dentre os indicadores conjunturais, as horas trabalhadas na produção recuaram 0,2%, as horas médias trabalhadas caíram 0,8%, as vendas nominais perderam 0,8%, as vendas nominais tiveram baixa de 1,9% e o Nível de Utilização da capacidade instalada variou -0,7%. Apesar dos dados negativos, Francini reiterou as perspectivas positivas e declarou que "não há razão para temor". De acordo com o economista, a atividade do setor deverá voltar a apresentar evolução positiva a partir de agosto.

Já no acumulado do ano, O INA, com elevação de 14,3%, segue com o melhor desempenho da série, iniciada em 2003.

(Carina Urbanin - Agência IN)