Um conjunto de indicadores positivos nos Estados Unidos colabora para que os mercados globais operem com viés altista, ao contrário do Ibovespa, que segue operando com perdas, refletindo a expectativa dos investidores pelo detalhamento da oferta global de ações da Petrobras. "Agora começou a clarear as indefinições com relação à Petrobras, mas ainda faltam divulgar muitos outros detalhes que deixem os agentes realmente a par de todas as situações. O mercado está buscando os papéis da petrolífera, comprando suas ações e vendendo as outras", afirma Ivan Kraiser, sócio da Legan Asset Management.
Para Alan Oliveira, analista da Futura Investimentos, o dia na BM&FBovespa é de viés baixista e complementa. "Apesar de a Petrobras representar mais de 25% das ações negociadas no dia, ela não está conseguindo segurar o movimento vendedor".
Ontem (01), foi finalmente definido e anunciado o valor da cessão onerosa da União no aumento de capital da Petrobras. Acionista majoritário, o governo entrará com o equivalente a US$ 42,533 bilhões. O preço médio do barril na operação será de US$ 8,51, em linha com as recentes especulações que corriam o mercado.
Por sua vez, Eduardo Oliveira, economista da Um Investimentos, acredita que além da Petrobras, a bolsa segue compensando os ganhos das últimas sessões, "já que nos dois últimos pregões houve valorização de 4,4%. Além disso, há uma cautela com o resultado do payroll que será anunciado amanhã". Segundo o economista, apesar de ter iniciado o pregão em alta, diante da pressão exercida sobre a oferta pública, as ações da Petrobras devem fechar em baixa.
Ainda no front doméstico, ontem (01), o Copom decidiu, por unanimidade, manter a taxa Selic em 10,75% a.a., sem viés, alegando contínuo processo de redução de riscos para o cenário inflacionário do País.
Pela manhã, a Associação Nacional dos Corretores dos Estados Unidos (NAR) informou que o índice que avalia os contratos de compra e venda de casas pendentes no país registrou crescimento de 5,2% em julho ante o mês de junho, alcançando 79,4 pontos face os 75,5 registrados no sexto mês do ano. E o Departamento do Comércio informou que os pedidos às fábricas norte-americanas avançaram 0,1% em julho, ante queda de 1,2% em junho, a primeira elevação após dois meses consecutivos de retrações.
(Sérgio Vieira - Agência IN)