Apesar do crescimento de 2,4% na atividade de veículos automotores (setor que inclui autopeças, caminhões e automóveis), a produção de automóveis, isoladamente, teve uma queda de 7,8% em 2011 e contribuiu para a desaceleração da indústria brasileira no ano passado. Segundo o pesquisador do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) André Macedo, essa é a maior queda desde 1999, quando o setor registrou um decréscimo de 10,7%.
“A queda da produção de automóveis pode ser explicada por fatores como o encarecimento das condições de crédito, o que acaba afetando a demanda doméstica. Isso se torna visível no nível de estoques bastante elevado do setor nos últimos meses”, ressaltou Macedo.
O resultado positivo da atividade de veículos automotores foi sustentado, portanto, pela maior produção de caminhões, autopeças e bens de capital para o setor de transportes.
Outras atividades que contribuíram para a desaceleração da indústria em 2011 foram os setores de têxteis e de calçados, que caíram, respectivamente, 14,9% e 10,4%. Segundo o IBGE, o desempenho desses segmentos vem sendo influenciado pelo aumento das importações desses produtos no país.
A indústria geral registrou um crescimento de 0,3% em 2011,, ante um aumento de 10,5% no ano anterior. Das 27 atividades industriais pesquisadas, 15 tiveram alta na produção e 12 apresentaram queda. Do total de 755 produtos investigados, apenas 48% tiveram aumento na produção em 2011, volume bem inferior aos 76% registrados em 2010.
Macedo destacou que, apesar do ritmo menor da produção da indústria, houve um aumento de 3,3% na produção de bens de capital. Apenas os bens de capital voltados para a indústria cresceram 3,9%. Isso mostra que há uma intenção dos empresários de ampliar ou modernizar o parque industrial.