O estudo da Demografia das Empresas, divulgado nesta segunda-feira pelo IBGE, mostra que em 2010, a taxa de saída das empresas recuou 1,4 ponto percentual em relação a 2009, passando de 17,7% para 16,3%. No ano, 736,4 mil empresas fecharam suas portas. Por outro lado, 999,1 mil empresas entraram no mercado, mantendo estável a taxa de entrada (22,1%). Com isso, houve um crescimento de 6,1% (261,7 mil) no total de empresas ativas no Brasil.
Em relação à sobrevivência das empresas, verificou-se que após o terceiro ano de entrada no mercado (2007-2010), quase a metade (48,3%) não sobreviveu. O total de ocupações assalariadas cresceu 9,1% (2,6 milhões) de 2009 para 2010, e as empresas que entraram foram responsáveis por um milhão de novas vagas, sendo que 35,6% (364,7 mil) destas foram criadas no Comércio.
Já o número de empresas de alto crescimento aumentou 7,7% em 2010, e o de empresas “gazelas”, 5,2%. Comércio foi a atividade com maior participação dentre as empresas de alto crescimento: 26,6%. O pessoal assalariado nessas empresas (4,99 milhões) representava 16,2% do total de vínculos assalariados formais, participação inferior a de 2009 (16,6%). No entanto, considerando as 5,5 milhões de novas ocupações geradas por todas as empresas entre 2007 e 2010, as de alto crescimento foram responsáveis por 58,2% (3,2 milhões). A atividade que gerou mais postos assalariados nesse período foi Indústrias de transformação, com 23,3% (742,3 mil).
Taxa de saída das empresas cai 1,4 ponto percentual em 2010
Em 2010, 736.428 empresas saíram do mercado, o que representa uma taxa de saída de 16,3%, em um universo de 4.530.583 empresas ativas. Essa taxa caiu 1,4 p.p. em relação a 2009 (17,7%), quando 755.154 empresas, em um universo de 4.268.930 empresas, deixaram de ser ativas. Paralelamente, a taxa de entrada se manteve estável, passando de 22,2% (946.676 empresas) em 2009 para 22,1% (999.123) em 2010. Com isso, o saldo no total de empresas ficou positivo, registrando um acréscimo de 6,1% no número de empresas (261,7 mil empresas a mais).
As regiões Norte e Nordeste foram as que registraram as maiores quedas nas taxas de saída, passando de 22,3% em 2009 para 19,6% em 2010, na região Norte, e de 20,1% para 17,4% no Nordeste. Todos os estados apresentaram redução, sendo que no Acre a queda chegou a 12,4 p.p.
Por atividade, as maiores quedas foram verificadas nas seções Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (-4,0 p.p);Água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação (-3,8 p.p) e Construção (-2,2 p.p).
A cada cinco empresas, uma é nova no mercado
O número de empresas que entrou no mercado em 2010 (999.123) foi 5,5% superior ao de 2009 (946.676). A taxa de entrada de 22,1% representa que uma em cada cinco empresas em atividade em 2010 era nova. Por atividade econômica, as maiores taxas de entrada foram observadas em Construção (31,2%), Eletricidade e gás (29,1%) e Outras atividades de serviços (28,5%).
Por sua vez, em relação às empresas que saíram do mercado, Artes, cultura, esporte e recreação (20,0%), Outras atividades de serviços (19,8%) e Informação e comunicação (19,5%) foram as atividades que apresentaram as maiores taxas de saída, bem acima da média de 16,3%.
Após três anos de entrada no mercado, 51,8% das empresas sobrevivem
Do total de 464,7 mil empresas que apareceram pela primeira vez no mercado em 2007, 353,6 mil (76,1%) sobreviveram em 2008; 285,0 mil (61,3%) haviam sobrevivido no mercado até 2009 e 240,7 mil sobreviveram até 2010 (51,8%). Ou seja, após três anos da entrada no mercado, quase metade (48,2%) das empresas não sobreviveu.
As atividades que apresentaram as mais altas taxas de sobrevivência de 2007 a 2010 foram: Saúde humana e serviços sociais (61,4%),Eletricidade e gás (60,8%) e Água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação (57,4%). As menores taxas de sobrevivência foram apresentadas por Artes, cultura, esporte e recreação (45,6%), Outras atividades de serviços (46,5%) e Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (47,4%).
54,7% das empresas sem assalariados saem do mercado no terceiro ano de atividade
Observa-se ainda que a taxa de sobrevivência apresenta uma relação direta com o porte das empresas. Em 2010, nas empresas sem pessoal assalariado que entraram no mercado em 2007, a taxa de sobrevivência foi de 45,3%; nas empresas com 1 a 9 pessoas assalariadas foi de 70,3% e nas com 10 ou mais pessoas foi de 80,2%. Portanto, as empresas maiores, com maior capital imobilizado, tendem a permanecer mais tempo no mercado, pois os custos de saída costumam ser elevados, dentre outros fatores. Nas empresas sem pessoal assalariado, 45,2% já não estavam ativas no segundo ano após a entrada no mercado. No entanto, considerando a taxa de saída das empresas por porte, de 2009 para 2010 houve redução em todos os tamanhos, sendo a maior queda observada nas empresas sem pessoal assalariado (-1,8 p.p.).
Novas empresas criam um milhão de postos assalariados em 2010
Em 2010, as empresas ativas no Cadastro Central de Empresas ocupavam 37.184.416 pessoas, sendo 30.821.123 assalariados e 6.363.293 sócios ou proprietários. As empresas que entraram geraram, no total, 2.294.015 novos postos, sendo 1.023.753 assalariados, e foram responsáveis por 6,2% de acréscimo no pessoal ocupado total e 3,3% no pessoal ocupado assalariado.
Já as empresas que saíram do mercado levaram junto 1.318.293 postos, sendo 363.848 assalariados. Isso representa uma queda de 3,6% no pessoal ocupado total e 1,2% no pessoal assalariado. O saldo, considerando as empresas entrantes, sobreviventes e saídas, permanece positivo: de 2009 para 2010, houve um acréscimo de 8,2% no pessoal ocupado total (2.830.242) e de 9,1% no pessoal ocupado assalariado (2.582.415).
Comércio gera 35,6% das novas ocupações assalariadas
Do pessoal assalariado gerado pelas empresas que entraram, 364.701 (35,6%) foram criados no Comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas; 151.965 (14,8%) nas Indústrias de Transformação e 150.265 mil na Construção (14,7%). Já em relação ao pessoal assalariado das empresas que saíram do mercado, 112.098 (30,8%) estavam no Comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas; 77.160 (21,2%) nas Indústrias de transformação e 40.657 (11,2%) nas Atividades administrativas e serviços complementares.
Sul (79,3%) e Sudeste (78,9%) têm as maiores taxas de sobrevivência de empresas
Do total de 4,9 milhões de unidades locais, 3,8 milhões eram sobreviventes em relação a 2009 (77,9%), 1.078,8 mil foram entradas (22,1%) e as saídas totalizaram 792,0 mil empresas (16,2%).
Sul e Sudeste apresentaram as maiores taxas de sobreviventes (79,3% e 78,9%, respectivamente) acima da média nacional (77,9%). Mas as maiores taxas de entrada e de saída foram observadas no Norte (28,5% e 19,6%) e Nordeste (24,9% e 17,4%), assim como as menores taxas de sobrevivência, 71,5% e 75,1%, respectivamente. Isso significa que nessas regiões as empresas nascem e morrem em ritmo elevado. No entanto, apesar de ainda possuírem altas taxas de saída, as regiões Norte (-2,7 p.p) e Nordeste (-2,6 p.p.) foram as que apresentaram as maiores reduções nessa taxa em relação a 2009.
Santa Catarina (82,1%), São Paulo (79,3%) e Rio Grande do Sul (79,2%) apresentaram as maiores taxas de sobrevivência. Por outro lado, Acre (62,2%), Amapá (65,1%) e Amazonas (68,2%) apresentaram as menores taxas.
Em relação à distribuição do pessoal ocupado assalariado gerado nas unidades locais em 2010, as regiões Sudeste e Nordeste foram as que apresentaram os maiores ganhos pela criação de novas empresas, 50,0% e 19,4%, respectivamente. Dentre as unidades da federação, os destaques foram: São Paulo (29,6%), Minas Gerais (10,0%) e Rio de Janeiro (8,8%). Os menores ganhos em pessoal assalariado foram observados em Roraima (0,2%), Acre (0,3%), Amapá (0,3%) e Tocantins (0,5%).
Número de empresas de alto crescimento aumenta 7,7% em 2010
Empresas de alto crescimento são aquelas que apresentam crescimento médio do pessoal assalariado igual ou maior a 20% ao ano, por um período de três anos, e que tenham pelo menos dez assalariados no ano inicial de observação. São chamadas de empresas “gazelas” as empresas de alto crescimento com até oito anos no ano de referência.
Em 2010, havia 33.320 empresas de alto crescimento, a uma taxa de 7,9% (em relação às empresas com dez ou mais assalariados), igual à apresentada em 2009. Em relação ao total das empresas, as de alto crescimento representam 0,7%. O número de empresas de alto crescimento aumentou 7,7% em 2010 na comparação com 2009, acima do incremento verificado pelo conjunto das empresas, 6,1%.
Já as empresas “gazelas” totalizaram 12.427 empresas e uma taxa de 7,2% (em relação às empresas com dez ou mais assalariado e até oito anos de idade), abaixo, portanto, da taxa observada em 2009 (7,4%). Em relação a 2009, o número de “gazelas” cresceu 5,2%. A participação das “gazelas” no total de empresas de alto crescimento caiu de 38,2% em 2009 para 37,3% em 2010. Essa redução elevou a idade média das empresas de alto crescimento, passando de 13,3 anos em 2008 para 13,7 anos em 2010.
Em relação ao pessoal assalariado, as empresas de alto crescimento ocupavam 4.995.925 pessoas, o que representava 16,2% do total de 30,8 milhões de vínculos assalariados formais nas empresas. Esta participação é inferior à apresentada pelas empresas de alto crescimento em 2009 (16,6%). A participação das empresas gazelas no pessoal assalariado das empresas foi de 4,3%, em 2010, mesmo percentual observado em 2009.
De 2008 a 2010, Construção subiu 0,9 p.p em participação nas empresas de alto crescimento
Em 2010, a seção Comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas destacava-se dentre as empresas de alto crescimento, com 26,6%, seguida das Indústrias de transformação, 24,6%, e Construção, 13,1%, as mesmas atividades que haviam se destacado em 2009. Em 2008, por sua vez, as Indústrias de transformação estavam na primeira colocação, com 27,4% das empresas de alto crescimento, seguidas de Comércio e Construção na segunda e terceira colocações, respectivamente.
Ressalta-se que Construção, apesar da terceira colocação nos três anos analisados, tem tido participações relativas maiores a cada ano, tendo passado de 12,2% em 2008 para 13,1% em 2010, um avanço de 0,9 p.p. Por outro lado, houve recuo de 2,8 pontos percentuais nas Indústrias de Transformação, de 27,4%, em 2008, para 24,6%, em 2010.
Empresas de alto crescimento são responsáveis por 58,2% dos empregos gerados entre 2007 e 2010
O pessoal assalariado nas empresas de alto crescimento saltou de 1,8 milhão em 2007 para quase 5,0 milhões de pessoas em 2010, um aumento de 175,4% que representou 3,2 milhões de novos empregos. Nesse período, o pessoal ocupado assalariado em todas as empresas aumentou 21,7%, passando de 25,3 para 30,8 milhões de pessoas. Consequentemente, as empresas de alto crescimento responderam por 58,2% do total de 5,5 milhões de novos empregos formais gerados pelas empresas entre 2007 e 2010.
Dentre as atividades, as Indústrias de transformação responderam por 23,3% do acréscimo no pessoal assalariado; Construção por 18,7%; Atividades administrativas por 17,5% e Comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas por 14,6%. Juntas, essas quatro atividades foram responsáveis por 74,1% (2,3 milhões) do acréscimo no pessoal ocupado assalariado entre 2007 e 2010. As demais atividades econômicas responderam por 25,8% do acréscimo.