A arrecadação federal teve queda em julho, na comparação com o mesmo período de 2011, mas cresceu no acumulado do ano. No último mês, o governo arrecadou R$ 87,947 bilhões, o que representa queda de 7,36% em relação a julho do ano passado, já descontada a inflação oficial. Esse foi o segundo mês consecutivo de recuo no recolhimento de tributos.
A arrecadação de janeiro a julho de 2012 foi R$ 596,502 bilhões, o que significa aumento real de 1,89% ante os sete primeiros meses de 2011.
Um dos fatores que influenciaram o resultado foi a redução do lucro das empresas em 2012 em relação a 2011. Comparando a arrecadação relativa ao Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e à Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL), de um ano para o outro, levando em conta o período de abril a julho, houve queda de R$ 4,7 bilhões, ou 15,27%.
Outra razão apontada pelo economista Pedro Paulo Silveira, da TOV Corretora, para a expressiva queda são as "renúncias tributárias" que o governo promove desde começo do ano, com o objetivo de estimular o investimentos das empresas. A decisão da Fazenda de reduzir o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de automóveis fez com que ocorresse uma redução real de 71,26% em julho, na comparação com o mesmo mês do ano passado.
"A queda já era esperada, tanto pela diminuição no lucros das empresas, mas também pelas renúncias do governo. Os índices para o primeiro trimestre não surpreenderão, vão vir baixos mesmo", cita.
Receita mantém previsão de alta
Apesar do anúncio de que o recolhimento de julho caiu pela em comparação com o mesmo mês de 2011 (a segunda queda consecutiva), a Receita informou que deve manter a previsão de aumento real de 3,5% a 4% (considerando a inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)) na arrecadação de tributos federais para o ano, na comparação com 2011.
Superávit comercial no acumulado do ano tem queda de 35,2%
Apesar de registrar resultado positivo em agosto, a balança comercial tem queda de 35,2% no superávit em 2012. Segundo números divulgados hoje (27), pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o país exportou US$ 12,467 bilhões a mais do que importou, de 1º de janeiro até 24 de agosto. No mesmo período de 2011, o saldo positivo somava US$ 19,229 bilhões.
De acordo com o ministério, o desempenho da balança comercial em 2012 deve-se ao fato de que as exportações caíram mais que as importações. Neste ano, as vendas externas somaram US$ 155,770 bilhões, queda de 4,6% em relação ao mesmo período do ano passado. As compras do exterior totalizaram US$ 143,303 bilhões, retração de 0,5%.
Na semana passada, as exportações (US$ 4,804 bilhões) superaram as importações (US$ 4,412 bilhões) em US$ 392 milhões. Esse resultado elevou o superávit da balança comercial em agosto para US$ 2,522 bilhões.
Copom e dados futuros
Na próxima quarta-feira (29), o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom/BC) anuncia a nova taxa de juros básica da economia, atualmente em 8%. Para Silveira, a previsão do mercado é de que haja nova redução de 0,5 ponto.
"A taxa vai chegar a 7,5. A economia ainda não deu uma alavancada, justificando esta redução. Além disso, ainda não há uma ameaça inflacionária, apesar do aumentos nos preços registrado nos últimos meses", avalia.
Os dados com a prévia da atividade econômica americana, do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil e de outros países também não deverão apresentar grandes novidades no cenário econômico atual. "Estes países deverão crescer menos, o que deve gerar uma onde de pacotes de estímulo, novas medidas para a volta do crescimento destes países", conclui.
Com Agência Brasil