O Indicador Antecedente Composto da Economia (Iace) para o Brasil permaneceu estável, em maio, ao registrar 90 pontos, depois de uma queda de 1,1%, em abril, e de 1%, em março. Também manteve-se inalterado o Indicador Coincidente Composto da Economia (Icce), em 103,7 pontos na sequência de um recuo de 0,1% ,em abril, e de 0,2%, em março.
Esses dois indicadores são calculados em conjunto, pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV) e pela instituição norte-americana The Conference Board, permitindo definir a tendência da economia.
Por meio do Iace, é possível comparar os ciclos econômicos do Brasil com os de outros 11 países e regiões já cobertos pelo TCB: China, Estados Unidos, Zona do Euro, Austrália, França, Alemanha, Japão, México, Coréia, Espanha e Reino Unido.
O indicador reúne as variações de oito componentes econômicos, que incluem as variações do mercado de capitais, da produção industrial de bens duráveis, e as expectativas de empresas e de consumidores apuradas pelo Ibre-FGV.
De acordo com a nota técnica da FGV, a estabilidade do Iace reflete uma melhora no desempenho do volume das exportações, bem como uma evolução favorável na confiança dos consumidores e dos empresários da área de serviços, e na produção de bens de consumo duráveis.
Em relação a este último, no entanto, os dados foram projetados com base na apuração do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) relativa a abril.
Já no caso do Icce, que mede as condições econômicas atuais, o resultado foi influenciado por uma condição melhor, especificamente em maio comparado a abril, no número de pessoas empregadas no mercado de trabalho, no volume de vendas do comércio varejista, e no consumo de energia elétrica na indústria. A quantidade de energia consumida serve como indicador do nível de atividade produtiva.
O economista da FGV Paulo Picchetti avalia ser “improvável que a retração econômica reverta sua trajetória no curto prazo”. Para justificar essa análise mais cautelosa, ele observou que os dados apurados em um espaço de seis meses ainda apontam tendências de desempenho negativo.