A cervejaria SABMiller, a segunda maior do mundo, rejeitou a
oferta informal de compra de quase US$ 100 bilhões feita pela gigante Anheuser-Busch
InBev (AB InBev), afirmando que a proposta da concorrente foi “muito baixa”,
segundo a agência Bloomberg.
As informações foram publicadas na são do jornal “Folha de S. Paulo”, desta quarta-feira (7/10).
De acordo com o jornal, a proposta equivaleria a cerca de 40 libras por ação, o que significaria uma avaliação de US$ 98,6 bilhões, da cervejaria. Executivos da SAB Miller e alguns acionistas viam como preço justo um valor em torno de 45 libras por ação ou US$ 110,7 bilhões.
Depois de rejeitar a oferta, a SAB Miller teria informado à AB InBev, que quer dar continuidade às negociações.
Pelas regras de competição do Reino Unido, a AB InBev tem até o dia 14 de outubro para fazer uma oferta formal a SABMiller e especificar os detalhes da proposta.
Com a recusa da proposta, as ações da SAB Miller tiveram baixa de 3,8% na terça-feira.
Segundo o jornal, a cervejaria que tem os brasileiros Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sucupira entre os seus principais acionistas vem negociando com bancos para obter o financiamento necessário para fechar a aquisição da concorrente. Cerca de 10 instituições, como Bank of America, Satander e Deutsche Bank estariam discutindo com a maior cervejaria global.
Uma eventual fusão da AB InBev com a SABMiller uniria tradicionais marcas de cerveja, como Budweiser, Corona, Stella Artois, Pilsner Urquell, Grolsch e Peroni, e daria à empresa resultante uma forte presença nos EUA, China, Europa, África e América Latina. Juntas, a AB InBev e a SABMiller respondem por mais de 30% dos volumes de cerveja vendidos mundialmente.
Segundo a “Folha”, caso se concretizasse, a fusão criaria uma empresa de US$ 275 bilhões que responderia por uma em cada três garrafas de cerveja produzidas no planeta. Seria também uma das maiores tomadas de controle acionário da história, e a maior em um ano que já vem sendo o mais forte em termos de transações de grande valor desde 2007.
Para o jornal, o negócio, porém, certamente enfrentaria questões com as autoridades regulatórias, especialmente nos mercados americano e chinês. O Departamento da Justiça dos EUA poderia obrigar a SAB Millera vender sua participação na MillerCoors, nos EUA, e o novo grupo teria que abrir mão dos 49% da SAB em uma associação que opera na China.
Outro complicador é que a SABMiller é a maior engarrafadora da Coca-Cola no mundo, enquanto a AB InBev tem acordos com a rival PepsiCo.
Por Denise de Almeida