Matéria publicada nesta quinta-feira (4) no Project Syndicate, por Kenneth Rogoff, comenta que pode parecer estranho que um país que apresenta um superávit comercial de US $ 600 bilhões em 2015 estar preocupado com a fraqueza da sua moeda, mas uma combinação de fatores, incluindo a desaceleração do crescimento econômico desencadeou uma grande saída de capital.
Segundo a reportagem, desde 2016 existe a perspectiva de uma grande desvalorização da moda chinesa, pairando sobre os mercados globais. Nenhuma outra fonte de incerteza foi tão desestabilizadora. Alguns observadores duvidam que a China deixará sua taxa de câmbio flutuar livremente pela próxima década. A questão é quando haverá um acordo entre a política e a economia do país.
Atualmente, os cidadãos estão autorizados a enviar até US $ 50.000 por ano para fora do país. Se apenas um em cada 20 cidadãos chineses fizerem isso, as reservas da China serão eliminadas. Ao mesmo tempo, as empresas chinesas com fluxo razoável de caixa estão realizando todas as medidas cabíveis para enviar seu dinheiro para fora. Uma abordagem perfeitamente legal é emprestar em yuan e ser reembolsado em moeda estrangeira.
Uma abordagem ilegal é a emissão de faturas comerciais falsas ou inflacionadas, também chamada de lavagem de dinheiro. Agora que as empresas chinesas estão comprando muitas empresas norte-americanas e europeias, a lavagem de dinheiro pode ser feito até mesmo em casa. Sendo a China um dos maiores países comerciais do mundo, é praticamente impossível manter um controle rígido sobre as saídas de capital quando os incentivos para deixar o país se tornam evidentes.
Na verdade, apesar do superávit comercial gigante, o Banco Popular da China foi forçado a intervir fortemente para conter a taxa de câmbio. O auxílio foi tão grande que as reservas em moeda estrangeira ultrapassaram US$ 500 bilhões em 2015. O medo da evasão de capital estrangeiro, por sua vez, tem sido um fator importante para o mercado de ações chinês e vem afetando negativamente a economia global.