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S O PAULO - A candidata do PV à presidência da República, Marina Silva, disse, após o debate Estadão/Gazeta que a política brasileira tem andando para trás nos últimos 16 anos. "Isto é lamentável. Estamos em pleno século XXI, numa eleição em 2010, e olha no que está se transformando o debate! Não podemos permitir que o Brasil transforme estas eleições em compromisso de ninguém. Quem sair eleito, vai governar esse país comprometido com o quê? É isso que temos que saber".
A senadora disse que da mesma forma que enxerga avanços nas áreas econômica e social nos últimos 16 anos, não pode se furtar de dizer que considera que "temos na política propriamente dita um retrocesso. Ninguém fez a reforma política, ninguém fez a reforma tributária, da previdência... quem foi de oposição não aprendeu como oposição e quem foi de situação não aprendeu como situação. É ou não é um retrocesso?", indagou.
Novamente falando sobre a quebra do sigilo fiscal de cidadãos brasileiros, a ex-ministra do Meio Ambiente atacou: "o Lula não trata do problema, pelo contrário, defende sua candidata que, pelo que sabemos, até agora não teve seu sigilo violado. O presidente da República deveria estar defendendo todos os brasileiros e não apenas sua candidata. Não podem três mil pessoas serem negligenciadas".
Sobre o debate em si, e o estranhamento que causou a todos as perguntas endereçadas à candidata ausente, Marina ressaltou que "não perdeu tempo com isso". Avaliando o ônus que a falta de um debatedor trouxe para o evento, a candidata foi taxativa: "(a ausência de Dilma) prejudica aqueles que não vêm, e prejudica aqueles que vêm e continuam à sombra do que não veio. Prejudica aqueles que vêm e ficam brincando com coisa séria". Marina criticou assim o comportamento do candidato do Psol Plínio de Arruda Sampaio.
O presidente estadual do PV em São Paulo, Maurício Brusadin, aprovou o desempenho de sua candidata. "Independente da presença da Dilma, Marina tem que partir pra frente, apontando as diferenças entre ela e o Serra, para que ela esteja em segundo lugar e vá para o segundo turno. A estratégia tem que ser mostrar a diferença entre o PV, que Marina é, e o 'PTucano'. A diferença da Marina para o Serra é a mesma que para a Dilma".
Respondendo a uma pergunta de Marina sobre alterações no Código Florestal, o candidato tucano disse que é um ambientalista, e ainda improvisou um bordão: "floresta, conta comigo". Brusadin foi reticente quanto a isso, dizendo que "declaração de amor é a coisa mais fácil de fazer no mundo, o difícil é prova de amor. Agora todo mundo virou ambientalista, a favor das florestas, do meio ambiente..."
Na plateia, correligionários de Marina brincaram com a situação, sugerindo, entre outras coisas, que o emblema de seu partido fosse alterado, colocando uma foto de Serra no lugar da atual letra "v" que ocupa o centro do logo.