O governador paranaense, Orlando Pessuti (PMDB), desistiu de viagem programada ao Leste Europeu e participará ativamente da campanha de Dilma Rousseff (PT) no segundo turno das eleições presidenciais. Pessuti aceitou o convite recebido pela senadora e pelos deputados eleitos pelo PT no Estado, que o visitaram nesta terça-feira (5).
Ao invés de ir à Europa, Pessuti vai a Brasília, onde se reunirá com o presidente nacional de seu partido e candidato a vice de Dilma, Michel Temer, para discutir novas estratégias para vencer a corrida para o Palácio do Planalto.
Convocar o governador para a campanha foi uma das primeiras medidas tomadas pelo PT paranaense após reunião realizada nesta terça para avaliar o resultado das eleições e o quadro para o próximo dia 31. O candidato derrotado ao governo do Paraná Osmar Dias (PDT) também foi visitado pela comitiva petista e se comprometeu com a campanha.
Entre as ações que estão sendo planejadas pelos aliados de Dilma para tentar reverter a derrota que a petista teve para José Serra (PSDB) no Paraná está a intensificação da campanha nas maiores cidades do Estado. Nos municípios com até vinte mil eleitores, Dilma derrotou o tucano. Ou seja, a petista venceu a eleição em 331 municípios do Paraná. Nos demais 68 municípios, Serra venceu e garantiu a vitória no Estado por 43,9 a 38,9. Para virar, os petistas vão atrás dos 15,9% dos eleitores que votaram em Marina Silva.
Os resultados adversos para Dilma no Paraná não surpreenderam o presidente estadual do partido, Enio Verri. "A Dilma até fez mais votos que o Lula no primeiro turno. Isso já é tradicional", disse.
Entre os três fatores que os petistas enumeraram como causadores do segundo turno foram as denúncias sobre quebra de sigilo fiscal, nepotismo e tráfico de influência na Casa Civil, além das mensagens divulgadas na internet sobre temas polêmicos como aborto e união civil entre homossexuais. "Eles foram eficientes na construção de um esquema de propaganda que nós vamos ter que combater", avaliou Verri.