
Henrique Dourado chegou ao Flamengo por cerca de R$ 15,8 milhões, com a pompa de ter sido o artilheiro do Campeonato Brasileiro de 2017. Um ano depois, relegado à condição de segundo reserva do ataque, teve sua venda sacramentada ao Henan Jianye, da China, por aproximadamente R$ 20 milhões.
Na conta simples, a operação rendeu uma pequena margem de lucro ao clube. A sensação que fica, porém, e de mais uma aposta frustrada no goleador da principal competição do país, insucesso que já havia se passado com Dimba, Josiel e Souza. E cara, visto que, entre salários e 13º, o rubro-negro gastou em torno de R$ 500 mil por cada um dos 14 gols de Dourado seis deles de pênalti, uma porcentagem de quase 43%.

O centroavante não decepcionou na marca da cal, com aproveitamento perfeito, mas pouco fez além disso. Ficou mais marcado por irritação e vaias da torcida do que por sua tradicional comemoração de ceifador. Na inevitável comparação com os números apresentados no Fluminense, a distribuição dos gols no tricolor foi menos desigual, com "apenas" 32% saindo de penalidades máximas. Nem mesmo o reencontro com Abel Braga, técnico com quem viveu a melhor fase da carreira, recuperou o prestígio de Dourado.
Ao livrar-se dos altos salários que seriam pagos a um atacante, a diretoria rubro-negra planeja usar o dinheiro economizado para resolver a situação em outro setor: a lateral direita, principal carência do elenco. Em negociações avançadas para adquirir Rafinha após o término de seu contrato com o Bayern, no final de junho, o Flamengo deve pagar ao jogador de 33 anos vencimentos semelhantes aos recebidos por Henrique Dourado, na casa dos R$ 500 mil.
Outro reserva está de saída, mas por empréstimo. Elogiado por Abel no início da temporada, o atacante Thiago Santos ficará na Chapecoense até dezembro.