RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O primeiro almoço de Rogério Caboclo como presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) será nesta quarta-feira (10), com o presidente Jair Bolsonaro, no Palácio do Planalto, em Brasília. O convite partiu do próprio governo, segundo a entidade esportiva.
"Vamos falar sobre a Copa América [de 2019, que será no Brasil], a Copa do Mundo sub-17 e outros torneios. Não temos qualquer pedido, só queremos o apoio dos governos. Queremos estabelecer boas relações", disse Caboclo.
Por conta do almoço, o mandatário da CBF chegou atrasado e saiu mais cedo do 70º Congresso da Conmebol, que aconteceu pela manhã, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
Presidente da confederação sul-americana, Alejandro Domínguez brincou com a ausência do brasileiro. "Já deve estar a caminho de Brasília", disse. O evento começou 8h30, mas Caboclo chegou 9h37 e saiu 10h com destino a Brasília.
O motivo do atraso foi que a CBF tentava adiar por algumas horas o encontro com Bolsonaro, a fim de participar do congresso da Conmebol até o fim. No entanto, não foi possível.
Caboclo fez um discurso ao chegar atrasado, agradeceu aos presentes e cumprimentou os cartolas sul-americanos presentes. O brasileiro tomou posse do cargo de presidente da CBF nesta terça (9).
O presidente da Fifa, Gianni Infantino, deixou o evento no mesmo horário que Caboclo. Ele também vai participar do almoço. Alejandro Domínguez, presidente da Conmebol, foi outro convidado, mas como é o chefe do congresso sul-americano, deve atrasar.
A CBF vem tentando aproximação com o governo Bolsonaro há alguns meses. Logo após a eleição do político do PSL, a entidade o convidou para a festa do título brasileiro do Palmeiras, em 3 de dezembro, no Allianz Parque.
Na ocasião, o convite partiu do próprio Caboclo, que dividiu camarote com o presidente da República. Presidente da CBF em exercício na ocasião, Antônio Carlos Nunes e toda a cúpula da CBF, como o secretário-geral Walter Feldman, marcaram presença no local.
Após o jogo do Palmeiras, Caboclo comemorou o sucesso do encontro com o presidente eleito. Ele vem celebrando a aliados o encontro com Bolsonaro nesta quarta-feira, em Brasília, e fez um balanço positivo do primeiro contato com o político, no fim de 2018.
Com seus três ex-presidentes envolvidos em denúncias de corrupção -Ricardo Teixeira, José Maria Marin e Marco Polo Del Nero-, a CBF tenta se aproximar do governo para ter apoio em temas de seu interesse, como o Profut, e ainda espera se blindar de uma futura investigação, segundo apurou a Folha de S.Paulo.
A CBF ainda não havia conseguido estreitar laços com o novo governo. A confederação perdeu aliados importantes em Brasília na última eleição.
Parlamentares próximos à CBF, da chamada bancada da bola, não conseguiram se reeleger. Casos do senador Romero Jucá (PMDB-RR) e dos deputados Marcus Vicente (PP-ES) e Sarney Filho (PV-MA), irmão de Fernando Sarney, vices da entidade.
Já Zezé Perrela (PTB-MG) e Vicente Cândido (PT-SP) não se candidataram. Oposicionistas da entidade, como Otavio Leite (PSDB-RJ) e Silvio Torres (PSDB-SP), relatores da Lei do Profut e da CPI da CBF/Nike, também não conseguiram se eleger.