A Conmebol definiu nesta terça-feira (5) que a final da Copa Libertadores não será mais em Santiago, no Chile. Flamengo e River Plate (ARG) vão se enfrentar no Estádio Nacional de Lima, no Peru, em 23 de novembro. A local tem capacidade para 80 mil pessoas.
A mudança foi definida durante reunião em que estiveram presentes os presidentes da Conmebol, Alejandro Domínguez; da CBF, Rogério Caboclo; AFA (Associação de Futebol Argentino), Claudio Tapia; e dos dois finalistas, Rodolfo Landim (Flamengo) e Rodolfo D'Onofrio (River Plate).
Protestos contra a desigualdade social tomaram as ruas do Chile há semanas, em movimentos que começaram a partir do aumento da passagem de metrô e abarcaram outras questões nos dias seguintes tornaram impossível manter a decisão em Santiago.
Desde o início das manifestações no país, a Conmebol buscou garantias do governo de que a partida poderia acontecer em Santiago. Por causa disso a ministra do Esporte, Cecilia Pérez, deu entrevista para "ratificar o compromisso de realizar a partida".
Isso não foi o suficiente para tranquilizar os cartolas. Mesmo que os protestos diminuíssem, haveria o temor de que as manifestações usassem a realização da final da Libertadores para ter mais visibilidade. O Campeonato Chileno não ter sido retomado até agora não ajudou em nada a visão de que o ambiente no país continua conturbado.
É o terceiro ano consecutivo em que a Confederação Sul-Americana enfrenta problemas em uma final continental.
Em 2017, a final da Copa Sul-Americana, entre Flamengo e Independiente (ARG), acabou marcada por atos de violência e invasão de torcedores ao Maracanã.
A decisão da Libertadores de 2018, envolvendo os argentinos Boca Juniors e River Plate, foi levada para Madri, na Espanha, após o apedrejamento do ônibus dos jogadores do Boca que chegavam ao estádio Monumental de Nuñez para o confronto decisivo.
A partida de ida, em La Bombonera, já havia sido adiada por um dia após uma forte chuva em Buenos Aires ter castigado o gramado do estádio.
Para este ano, a Conmebol passou a apostar na decisão em jogo único e estádio pré-determinado como forma de diminuir os riscos de conflito entre torcedores. No ano que vem, será no Maracanã.
Alejandro Domínguez começou a se movimentar há cerca de dez dias sobre a possibilidade de mudar a sede.
Quando consultados sobre o assunto pela primeira vez, os patrocinadores da Libertadores não gostaram da ideia. Argumentaram que já haviam feito investimentos em viagens e estrutura em Santiago. E também não queriam fazer parte de um novo vexame em torneio organizado pela entidade. Foram convencidos do contrário pela continuidade nos protestos em Santiago e pela possibilidade de novos atos violentos.
Durante a reunião, Lima venceu a concorrência de outras cidades também apresentadas como alternativas.
Aos dirigentes argentinos agradou a possibilidade de realizar a final em Montevidéu, mas a capital uruguaia foi rejeitada pelo Flamengo e pela Conmebol. Na visão brasileira, seria uma escolha que beneficiaria a torcida do River Plate pela proximidade geográfica. A Confederação descartou por causa dos problemas estruturais do estádio Centenário.
Apontada como substituta ideal, Assunção perdeu força quando se discutiu a logística e a capacidade hoteleira da capital paraguaia para receber pelo menos 25 mil torcedores de Brasil e Argentina. Dois dias antes, o país começa a abrigar o Mundial de Beach Soccer.
O estádio La Olla Azulgrana, do Cerro Porteño, que vai receber a final da Copa Sul-Americana no próximo sábado (9), passou a ser candidata a também ser o palco da Libertadores.
Medellín, na Colômbia, foi discutida, mas Lima acabou como local preferido. A cidade seria o local da Copa Sul-Americana, mas a perdeu em maio deste ano, segundo a Conmebol, por falhas na organização.(FolhaPress SNG)