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Gana impede futebol feminino do Brasil de respirar Olimpíada

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REUTERS

RIO - A seleção feminina de futebol do Brasil, forte candidata a conquistar medalha em Pequim, tem uma barreira chamada Gana à sua frente que impede a equipe de viver o clima dos Jogos Olímpicos de agosto.

Apesar de serem atuais vice-campeãs olímpica e mundial, as brasileiras terão de disputar uma repescagem em partida única contra a seleção africana, no dia 19 de abril, para tentar a vaga olímpica. O jogo será na capital chinesa, mas as atletas garantem que o pensamento ainda está longe da Olimpíada.

- Nós ainda não estamos respirando Olimpíada, nos estamos respirando 90 minutos contra Gana que serão disputados em Pequim. Só estamos pensando nesse jogo - disse à Reuters na quarta-feira o técnico da seleção brasileira, Jorge Barcellos, que prepara o time desde 19 de março na Granja Comary, em Teresópolis, para a partida com as africanas.

Com um time desfalcado das principais jogadoras, o Brasil perdeu para a anfitriã Argentina no Sul-Americano de 2006, resultado que classificou as rivais para os Jogos de Pequim e mandou o Brasil para a repescagem contra a segunda colocada do pré-olímpico da África.

Treze das 18 jogadoras chamadas por Barcellos para o jogo decisivo estão concentradas no centro de treinamento da CBF. Cinco atletas que atuam no exterior, entre elas a meia Marta eleita pela Fifa a melhor jogadora do mundo em 2007 só se juntam ao time na Europa na conexão do vôo para a China, seis dias antes da partida.

As cinco "estrangeiras" Cristiane, Daniela Alves, Renata Costa e Rosana, além de Marta tem vaga praticamente garantida no time titular brasileiro, mesmo com o menor tempo de treinamento. De acordo com Barcellos, os resultados conquistados no ano passado servem de credencial para as jogadoras.

- Essa equipe já vem jogando junta há dois anos, no ano passado todas trabalharam juntas o ano inteiro - disse ele, referindo-se ao título dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro e ao 2o lugar na Copa do Mundo da China.

Ao contrário do Brasil, que só foi parado pela campeã Alemanha no Mundial do ano passado, a seleção de Gana foi eliminada ainda na primeira fase com três derrotas. Ainda assim, o time africano vem sendo tratado com respeito pelas brasileiras, especialmente por se tratar de uma partida só.

- Esse vai ser o jogo da nossa vida, nós não podemos de jeito nenhum pensar em perder - disse a meia Formiga, que já tem vaga confirmada pelo treinador para o jogo com as africanas.

- Não vamos ter uma segunda oportunidade para classificar. Acho que seria muito ruim para o futebol feminino do Brasil ficar de fora dessa Olimpíada - acrescentou a jogadora de 30 anos, que participou das campanhas do Brasil nas Olimpíadas de Atlanta (4o lugar), Sydney (3o lugar) e Atenas (2o lugar).

A zagueira e capitã Aline Pellegrino acrescentou:

- Um jogo é um jogo, você acaba tendo a mesma chance do adversário.