Portal Terra
SÃO PAULO - O técnico do Palmeiras, Vanderlei Luxemburgo, detalhou na tarde desta terça-feira, após reunião com o promotor Paulo Castilho no Ministério Público, o momento da agressão que sofreu de torcedores durante o embarque para o Rio de Janeiro, no Aeroporto de Congonhas, na última sexta-feira.
Conforme as declarações do treinador, que sofreu ameaça de torcedores através de telefonemas desde a última quarta-feira e chegou ao aeroporto com seu carro particular, quem o avisou da presença de alguns integrantes da torcida organizada Mancha Alviverde foi seu auxiliar-técnico Nei Pandolfo.
- Quando eu estava chegando, o Nei me passou no rádio que tinham alguns torcedores lá. Aí me preveni, avisando os policiais o que poderia acontecer, tanto que depois o pessoal do Garra e do GOE foi lá nos dar um apoio, disse o comandante alviverde.
Em contato com a delegada responsável pela segurança do aeroporto, Luxemburgo afirmou ter obtido a sugestão de que se dirigisse para uma sala. Ele não concordou e disse que não era ele quem tinha que se esconder, pois a delegação palmeirense precisava viajar para trabalhar.
- Identifiquei que tinha alguns caras com camisas do Palmeiras. Mas tinha um foco de pessoas que normalmente não se identificam como passageiros, de bermuda, camiseta e sem mala, adiantou.
- Quando fui me dirigir para a delegação, vieram os quatro com a camisa do Palmeiras e os outros focos começaram a vir junto e não respeitaram a polícia, já dando peitada e partindo para sugestão, dizendo 'seu filho da p..., tem que dar satisfação para nós, somos torcedores".
- A primeira pessoa que eu identifiquei bem forte, que chegou cara-a-cara comigo e me agredindo verbalmente e para ir às vias de fato foi um rapaz que estava com o braço quebrado. E o presidente da torcida ficou afastado, olhando toda a movimentação.
Luxemburgo ainda explicou o motivo da fissura no cotovelo direito.
- Na briga, você corre para lá, para cá, caí e bati com o braço no chão, concluiu o treinador, que deve realizar novos exames ainda nesta semana.
Segurança de Lulinha
De acordo com o promotor Paulo Castilho, no momento do embarque da delegação palmeirense, havia membros do Serviço de Inteligência do governo federal.
A razão, ele lembra, é pela segurança pessoal do filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Luís Cláudio, auxiliar de preparação física do Palmeiras. Lulinha, como é conhecido, trabalha com Luxemburgo desde o início do ano.
- Havia, no aeroporto, inclusive a própria segurança do filho do presidente, o Serviço de Inteligência, que são as pessoas que trabalham descaracterizadas, disse o promotor.