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O Mundial de 2000, maior conquista dos primeiros 100 anos

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Diego Garcia, Portal Terra

S O PAULO - O Corinthians conquistou apenas um título internacional oficial em seus primeiros 100 anos de vida. Mas foi justamente a mais importante das taças, a de vencedor do primeiro Mundial de Clubes organizado pela Fifa, no ano 2000, no Brasil.

O campeonato contou com a presença de equipes de seis continentes - uma iniciativa pioneira no mundo dos clubes, já que o formato anterior consistia apenas no confronto entre o campeão da Libertadores contra o da Liga dos Campeões da Europa. O local escolhido como país-sede foi o Brasil, mais precisamente nas cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo.

Para o torneio, foram convidadas oito equipes. No Grupo A, ficariam Real Madrid (vencedor da Copa Intercontinental de 1998), Al Nasses (conquistou a Supercopa Asiática de 1998), Raja Casablanca (dono do troféu da Liga dos Campeões da África de 99) e Corinthians (atual bicampeão do país-sede).

No Grupo B, os escolhidos eram o Manchester United (ganhador da Liga dos Campeões da Europa de 1999), o Necaxa (campeão da Concacaf em 1999), South Melbourne (venceu a Copa de Clubes da Oceania em 99) e o Vasco da Gama (detentor do título da Libertadores de 1998).

A primeira fase:

"A gente veio de um brasileiro muito cansativo, estávamos desgastados, mas dentro das quatro linhas sabíamos que tínhamos condições". Dessa maneira, em conversa exclusiva com o Terra, o atacante Luizão definiu como o elenco corintiano - campeão brasileiro dias antes - embarcava para o Mundial.

O Corinthians fez sua primeira partida contra o Raja Casablanca e não teve maiores dificuldades. Luizão e Fábio Luciano marcaram os gols e decretaram a vitória por 2 a 0. No outro jogo da chave, o poderoso Real Madrid fazia 3 a 1 no All Nasser e alcançava a liderança provisória.

Na rodada seguinte, os dois times que somavam três pontos no Grupo A disputariam o que foi um dos maiores duelos da história do Corinthians. Contra o Real, a equipe paulista fez uma de suas maiores exibições em todos os tempos e contou com um show particular de Edílson, que fez os dois tentos, um deles antológico. "Sabíamos das provocações e enfrentar um time como o Real Madrid é sempre uma motivação a mais", disse Luizão.

Provocado por Juan Onieva, vice do Real, antes do embate, que ridicularizou o camisa 10 dizendo que ele era "um ninguém", Edílson aplicou uma "canetinha" em um zagueiro rival, o francês Karembeu, e marcou um golaço. O Real ainda teve a oportunidade de virar, mas Dida pegou um pênalti de Anelka aos 36min do segundo tempo e deixou o 2 a 2 no placar.

No último jogo, o Corinthians precisava derrotar o All Nasser por uma boa diferença de gols, de preferência maior que a do Real Madrid sobre o Raja Casablanca. E foi o que aconteceu. Ricardinho e Rincón marcaram os gols da vitória por 2 a 0, enquanto os espanhóis não passaram de um 4 a 3 contra os marroquinos. O time brasileiro era o primeiro da chave. Faltava conhecer o adversário da decisão.

Final brasileira no Maracanã:

O Vasco era um time temido. Massacrou o Manchester United, de David Beckham, por 3 a 1 e despachou um a um os rivais da primeira fase. Único clube com 100% de aproveitamento no torneio, a equipe carioca contava com uma constelação de craques, liderados por Romário, Juninho e Edmundo.

O Maracanã veria uma final verde e amarela. Aliás, alvinegra. Cornithians e Vasco se enfrentariam no maior estádio do País na noite de 14 de janeiro de 2000 em busca do primeiro título mundial de suas histórias, mas apenas um sairía com a glória.

"Entramos no Maracanã e vimos aquela grande quantidade de corintianos, que não pararam de gritar nem por um minuto. Eles eram minoria, mas fazia mais barulho que a maioria vascaína", declarou Luizão. Após um jogo truncado no meio de campo, o duelo seguiu nervoso. O placar 0 a 0 durou até o fim, e o campeão do mundo seria decidido nos pênaltis.

Nas cobranças, brilhou a estrela de Dida, que pegou a cobrança de Gilberto. Rincón, Fernando Baiano, Luizão e Edu acertaram do lado paulista, e