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Demitido, Kleiton Lima pode provocar desmanche no futebol feminino do Santos

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Demitido na última semana após 13 anos no cargo de técnico do futebol feminino do Santos, Kleiton Lima abriu o jogo nesta quarta-feira, em um hotel do litoral paulista. O treinador, que comanda a Seleção Brasileira, criticou a inexperiência dos atuais dirigentes, afirmou que os diretores julgavam "desagradáveis" seus motivacionais envolvendo religião e admitiu levar algumas atletas embora da Vila Belmiro.

"Se eu tiver oportunidade de oferecer algo bom e que seja melhor do que o Santos tem para oferecer, com certeza poderei levar algumas para onde o Kleiton for, mas também poderão ir para outros lugares com melhores oportunidades", afirmou o treinador, que mostrou preocupação com o futuro do time.

"Estou preocupado com o futuro das Sereias, ouvi o diretor dizer que não temos patrocínios para 2011. Nenhuma das jogadoras também tem propostas para renovar. Como você entra no ano sem planejamento, é um absurdo", ressaltou o treinador.

Evangélico, Kleiton também se mostrou incomodado com a postura da atual direção quanto à sua religião. "Todo mundo sabe que eu sou cristão. Não tive problemas de religião, só certas situações. Alguns motivacionais que eu fazia com histórias bíblicas os diretores achavam desagradáveis, mas nunca houve interferência de atletas recebendo imposição", declarou, demonstrando problemas de relacionamento com a atual direção.

"Recebi interferências de decisões de pessoas que não têm a mesma experiência que eu na modalidade. Tenho 13 anos no futebol feminino e esses dirigentes tem apenas 11 meses completados agora", disse o técnico.

No cargo desde 1997, Kleiton Lima foi um dos principais responsáveis pelo crescimento do futebol feminino no Santos. Foi bicampeão da Libertadores e da Copa do Brasil e chegou à Seleção Brasileira graças ao seu bom trabalho na Vila Belmiro. Agora no comando da equipe nacional, vai comandar o time que disputará a Copa do Mundo e o Pan-Americano em 2011.

"Vai ser muito triste começar o ano sem ter a minha casa, que é o Santos. Eu fui demitido, não pedi para sair. Sinto que as portas estão abertas pois sou querido pelos torcedores, tenho identidade com o clube e construí minha carreira aqui", completou o treinador.