Mais do que três pontos, uma vitória neste domingo contra o Coritiba, no Engenhão, às 18h30, vale para o Botafogo um pouco de paz e a manutenção do treinador Oswaldo de Oliveira. Nos bastidores, fala-se que um novo tropeço em casa pode ser determinante para a queda do técnico.
Abertamente, nenhum dirigente comenta sobre a possível saída de Oswaldo de Oliveira, mas na última quinta-feira, em entrevista coletiva após a derrota por 4 a 0 diante do São Paulo, o próprio técnico disse apenas "achar" que não seria demitido nos próximos dias. O aparente sintoma da pressão dá o tom do ambiente para o duelo desta noite.
Neste sábado, no último treinamento antes de encarar o Coritiba, todo o elenco se reuniu com o técnico Oswaldo de Oliveira por cerca de uma hora, no vestiário do Engenhão. Não foram informados maiores detalhes sobre a ocasião, mas este foi o diálogo mais longo do treinador com o grupo ocorrido durante a última semana.
A crise no Botafogo foi instalada após tropeços emblemáticos. O time não ganha há três partidas no Campeonato Brasileiro, com duas derrotas e um empate. No primeiro revés, o Botafogo levou virada de 3 a 2 para o líder Atlético-MG, fora de casa. Depois, empatou por 0 a 0 contra o Flamengo, no Engenhão, sem agradar a torcida. Em seguida, foi goleado pelo São Paulo, no Morumbi. Além disso, recentemente foi eliminado na Copa Sul-Americana para o Palmeiras.
Apesar do momento ruim, a atual sequência não é a pior para o Botafogo em termos de resultados. A fase mais negativa ocorreu entre as rodadas nove e 12, quando a equipe ficou por quatro compromissos sem vencer, com dois empates (contra Santos e Fluminense) e duas derrotas (para Grêmio e Vasco).
"O que falta ao time é mais atitude, vibrar mais. Precisamos tentar de alguma maneira chamar a responsabilidade. Já fizemos grandes jogos na competição, somos capazes", comentou o meia Fellype Gabriel.
A "decisão" para Oswaldo de Oliveira é justamente no Engenhão, palco no qual recebeu mais críticas do que elogios neste ano.
Apesar de ter sido campeão da Taça Rio no estádio, o treinador convive constantemente com as vaias desde a eliminação do Botafogo na Copa do Brasil, em 9 de maio. De lá para cá, Oswaldo já recebeu até faixa contra ele das arquibancadas.
Em 15 de agosto, contra o Sport, quando o Botafogo vinha de duas derrotas no Brasileirão, uma faixa foi pendurada na arquibancada do Engenhão com a crítica: "Loco é quem troca Abreu por Oswaldo. Time de sobras?" Em 25 de junho, o técnico criticou a frequência da torcida alvinegra no local.
"Jogamos aqui contra o Cruzeiro para quatro mil pessoas e agora contra a Ponte Preta para seis mil. Futebol não se ganha sem a torcida", disse, à época.