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Ponta esquerda, Djokovic marca e dá passe para dois gols em amistoso

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Em seu último compromisso no Brasil após visita de três dias, que incluiu jogo-exibição e quadra inaugurada na favela da Rocinha, Novak Djokovic provou que também tem talento com a bola nos pés. Em amistoso com vários antigos craques do futebol brasileiro, na preliminar de Fluminense x Cruzeiro, no Estádio do Engenhão, o tenista sérvio, atualmente melhor do mundo, usou sua canhota para deixar sua marca - assim como Gustavo Kuerten - no empate entre as equipes azul e vermelha por 3 a 3.

Ambos os protagonistas marcaram gols de pênalti, mas o sérvio mostrou desenvoltura ao atuar como legítimo ponta esquerda e dar ainda os passes para os gols marcados por Petkovic e Edílson, o Capetinha. Mais tímido, Guga tentou algumas jogadas, mas viu seu time com pouco poder de criação - ao contrário da equipe azul, que tinha, além de Pet, ninguém menos do que Zico e Bebeto.

"Estava ali no meio de um monte de pentacampeão, melhor coisa que eu tinha para fazer era ficar quietinho", brincou Guga. "Foi uma experiência incrível aqui no Brasil, e acho que joguei bem. Meu pai era jogador, e acho que não desapontei, já que marquei o meu gol e ainda dei dois passes. Acho que fui bem", disse ainda Djokovic, na saída do gramado.

Guga e Djokovic ganharam uma camisa personalizada do Fluminense, mas ninguém foi mais saudado do que Washington, ex-atacante do time tricolor e autor de dois gols da equipe vermelha do ex-tenista número um do mundo. “Coração valente, guerreiro e tricolor, Washington é matador”, gritaram os torcedores. “Não dá para esquecer dessa torcida, e desse momento. Estou muito feliz de reviver isso”, disse o ex-atacante, campeão nacional com o Flu em 2010.

O jogo

Logo no primeiro lance do amistoso, o tenista sérvio mostrou que também sabe jogar com a bola nos pés. Djokovic invadiu a defesa do time vermelho pela esquerda e deu lindo cruzamento para Bebeto, sozinho, errar o cabeceio. Detalhe importante: se Novak é hoje o melhor do mundo no tênis com suas raquetadas certeiras com a mão direita, no futebol ele é canhoto e mostra clara habilidade.

Como no lance seguinte, em que esperou o lançamento de Edílson e recebeu cara a cara com o goleiro Marcelo Leite, mas o auxiliar marcou impedimento, para sua "revolta". Atuando, sem meias palavras, na “banheira”, Djokovic recebeu novo lançamento, agora de Zico, e chutou forte com a canhota. Marcelo Leite, novamente, fez boa defesa.

Guga, por sua vez, sem os mesmos talentos no meio-campo para ser alimentado, sofria um pouco mais para criar algumas jogadas. Ainda bem que contou com a ajuda de Roger, que invadiu a pequena área e foi derrubado. Pênalti. Claro que a bola ficou nos pés do "Manezinho da Ilha", que, com categoria, deslocou o goleiro Gabriel e abriu o placar para a equipe vermelha.

Não deu nem tempo de comemorar. No lance seguinte, Zico reviveu seus tempos áureos e, a exemplo de Roger, invadiu com categoria a área adversária e também foi derrubado. E, obviamente, a bola também foi dada para Djokovic, que bateu forte, no canto esquerdo, para igualar o marcador do amistoso.

No segundo tempo, por mais que o estádio estivesse repleto de tricolores, foram os flamenguistas que se sentiram saudosos. Tudo bem que Romerito, eterno ídolo do Fluminense, também estava em campo, mas a tabelinha entre Petkovic e Zico reviveu tempos áureos e distintos da história rubro-negra. Na conclusão do lance, após passe do "Galinho", Pet tentou por cobertura e quase marcou um golaço.

Com um time bem mais forte em campo, o escrete azul de Petkovic não demorou para virar o marcador: Djokovic, como um legítimo ponta das antigas, percorreu praticamente toda a lateral esquerda de ataque e cruzou na medida para Edílson, sozinho, fazer 2 a 1 para a equipe azul. O sérvio foi bastante aplaudido pelos torcedores e recebeu cumprimentos de todos, inclusive de Zico.

Aí foi a vez de Washington aparecer e virar o jogo com dois gols bem ao seu estilo: oportunista. Na pequena área, recebeu passe de Roger e tocou por cobertura. Golaço. Depois, escorou cruzamento da direita para virar o placar. Guga já vibrava, quando, de novo ele, Djokovic, partiu em velocidade pela esquerda e cruzou para Petkovic dominar e mandar um petardo no ângulo esquerdo. Final: 3 a 3.