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Quinta, 8 de maio de 2025

RELIGIÃO Sim à proteção no sexo

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Livro do papa Bento XVI reacende debate acalorado, mas com nova posição sobre o uso da camisinha Rachel Donadio e Laurie Goodstein THE NEW YORK TIMES O papa Bento XVI fez um pronunciamento significativo ao admitir que a necessidade de prevenir doenças como a Aids é mais importante do que a longa oposição da Igreja ao uso de camisinhas.

A declaração está no livro de entrevistas Light of the world (Luz do mundo) , lançado esta semana pelo jornalista alemão Peter Seewald, com entrevistas exclusivas do pontífice.

Nele, o papa deixa vir à tona uma opinião que tardou mais de duas décadas após o início do debate entre a Igreja Católica e profissionais de saúde, que acreditam que proibir preservativos seja moralmente indefensável na crise da Aids.

No livro, o papa responde sobre uma controvérsia ocorrida ano passado, quando, a caminho da África, disse que os preservativos disseminaram a Aids. A doença, afirmou na época, poderia ser evitada apenas por abstinência e responsabilidade.

Ao expressar os pontos de vista sobre o cenário com prostitutos, Bento se mostrou muito doutrinário, mas não inteiramente previsível.

O padre Frederico Lombardi, porta-voz do Vaticano, diz que, para o papa, o uso de camisinhas por portadores do HIV pode ser “o primeiro passo de responsabilidade, de levar em consideração o risco que corre a pessoa com a qual mantém relações”.

– Seja homem, mulher ou transexual – acrescenta.

Embora Bento XVI não endosse o uso geral de camisinhas ou mude o ensino oficial da Igreja – que ainda se opõe – suas palavras ressoaram pelo mundo. Foram recebidas com desagrado por católicos conservadores e com entusiasmo pelos clérigos e profissionais de saúde na África, onde o problema da Aids é pior.

Continua na página seguinte.