O ginecologista congolês Denis Mukwege e a ex-escrava sexual yazidi Nadia Murad são os vencedores do Prêmio Nobel da Paz de 2018 por seus "esforços para acabar com o uso da violência sexual como arma de guerra".
Médico e vítima, respectivamente, Denis Mukwege e Nadia Murad encarnam uma causa planetária que supera o âmbito dos conflitos, como evidencia o movimento #MeToo, iniciado há exatamente um ano por revelações da imprensa sobre casos de abuso sexual.
"Denis Mukwege e Nadia Murad arriscaram ambos pessoalmente suas vidas lutando corajosamente contra os crimes de guerra e pedindo justiça para as vítimas", afirmou a presidente do Comitê Nobel, Berit Reiss-Andersen.
"Um mundo mais pacífico só pode ser alcançado se as mulheres, sua segurança e os direitos fundamentais são reconhecidos e preservados em tempos de guerra", completou.
A ONU celebrou o "anúncio fantástico, que ajudará a fazer avançar o combate contra a violência sexual como arma de guerra nos conflitos".
"É uma causa muito importante para as Nações Unidas", afirmou a porta-voz da ONU em Genebra, Alessandra Vellucci.
No ano passado, o prêmio foi atribuído à Campanha Internacional para a Abolição das Armas Nucleares (ICAN) por sua contribuição à aprovação de um tratado histórico de proibição de armas atômicas.
Após o prêmio da Paz, o único que é entregue em Oslo, a categoria de Economia encerrará na próxima segunda-feira a temporada do Nobel em 2018.
O prêmio consiste em uma medalha de ouro, um diploma e um cheque de 9 milhões de coroas suecas (990.000 dólares).
Os vencedores receberão seus prêmios em Oslo e Estocolmo no dia 10 de dezembro, aniversário da morte do idealizador da premiação, Alfred Nobel (1833-1896).
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