Centenas de hondurenhos que conseguiram entrar no México a partir da Guatemala, evitando o serviço migratório, celebraram no sábado à noite no centro de Ciudad Hidalgo, de onde planejam seguir a viagem rumo aos Estados Unidos, enquanto milhares de pessoas ainda aguardavam sobre a ponte binacional para entrar legalmente.
No parque central da cidade mexicana, um grande grupo de migrantes, parte da caravana de 4.000 hondurenhos que partiu no sábado passado de San Pedro Sula, gritava "Sim é possível".
A AFP não conseguiu determinar quantos migrantes reunidos na praça correspondiam à caravana e quantos já estavam em abrigos no México e foram convocados por ativistas para expressar solidariedade.
Quase 900 migrantes tentaram entrar no México pelo rio Suchiate, segundo o governo, que prossegue com as operações de repatriação.
Eles pretendem prosseguir neste domingo a marcha em direção aos Estados Unidos.
O número de migrantes na ponte, que autoridades mexicanas calcularam na sexta-feira em 4.500 pessoas, caiu para 2.200, depois que vários decidiram retornar a seu país e outros atravessaram o rio em balsas precárias.
Algumas horas antes, as autoridades mexicanas abriram a fronteira para mulheres e crianças que integram a caravana de migrantes procedentes de Honduras, para aliviar a espera de milhares de pessoas que se encontram aglomeradas sobre a ponte que une México e Guatemala.
O embaixador mexicano na Guatemala, Luis Manuel López, disse à AFP que estas pessoas, que tentam chegar aos Estados Unidos, seriam registradas no México e irão pernoitar em um posto migratório, de onde serão conduzidas para um albergue em Tapachula, a cerca de 40 quilômetros de Ciudad Hidalgo.
"Feliz, feliz, estou feliz! Finalmente!", gritava Gina Paola Montes, 21, enquanto corria pela parte de pedestres da ponte fronteiriça, já em território mexicano, observada por policiais do batalhão de choque. Ela faz parte do primeiro grupo de migrantes que pôde cruzar a fronteira.
Entre a emoção e o cansaço, uma das mulheres desmaiou, causando preocupação e o choro dos parentes que viajavam com ela.
"Saí de um pesadelo", desabafou Gina, referindo-se ao acampamento improvisado que os migrantes montaram sobre a ponte à espera de entrar no México.
Mas uma vez em território mexicano, as incertezas se renovam. A ativista hondurenha Eva Hernández, 42, disse que a promessa é de que os migrantes receberão permissão de refugiados e terão um local seguro para se instalarem.
O posto migratório fica a cerca de 200 metros da ponte internacional.
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