Ana González, icônica ativista contra a ditadura de Augusto Pinochet, faleceu nesta sexta-feira (26) no Chile, aos 93 anos, informou a Associação de Famílias de Detidos Desaparecidos (AFDD), que teve 'Anita' como líder depois que o ditador matou a sua família.
González viveu o horror da ditadura (1973-1990) quando, em 1976, seu marido, dois filhos e uma nora grávida de três meses foram detidos e desapareceram sob o regime que derrubou o presidente socialista Salvador Allende.
"Confirmamos que Ana morreu", disse uma porta-voz da AFDD à AFP.
Simultaneamente, a deputada comunista Carmen Hertz informou a morte de González.
"Lutadora exemplar contra a impunidade, seu marido, dois filhos e nora grávida, resistentes contra a ditadura, militantes do @PCdeChile foram sequestrados e mortos pelo DINA em abril de 1976. Honra e Glória!", publicou Hertz no Twitter.
A morte de seus familiares - parte dos 3.200 mortos pela ditadura de Pinochet - fez com que ela lutasse para recuperar os restos mortais das vítimas e exigir justiça, participando de milhares de marchas ao longo dos anos.
Anita morreu sem saber o paradeiro dos restos mortais de seu marido, Manuel Recabarren, de seus filhos William e Luis Emilio e de sua nora Nalvia Mena.
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