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Show de retórica

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Hoje a Venezuela vai assistir a uma batalha curiosa: governo e oposição estão organizando shows nos dois lados da fronteira do país com a Colômbia. Na cidade colombiana de Cúcuta, o bilionário Richard Branson, fundador do grupo Virgin, promove um concerto com estrelas para arrecadar fundos para ajuda humanitária. Já na venezuelana Ulreña, o governo Maduro organiza um festival de três dias com foco na música tradicional e com o anti-intervencionismo como lema.

O confronto vai acontecer nos dois extremos da ponte de Tienditas, que tem apenas 300m de extensão e passou a ganhar os holofotes internacionais desde que as forças armadas da Venezuela bloquearam a passagem com caminhões e contêiners. Segundo Branson, seu show foi um pedido dos opositores Juan Guaidó e Leopoldo López. Entre as mais de 30 atrações estão o cantor britânico Peter Gabriel (ex-Genesis), o espanhol Alejandro Sanz, o colombiano Maluma, o porto-riquenho Luis Fonsi (do hit "Despacito") e o grupo mexicano Maná. O cantor britânico Roger Waters, ex-Pink Floyd, criticou a iniciativa e a participação de Gabriel.

O nome da cantora Anitta chegou a ser especulado, mas, sem detalhar se chegou a negar um convite, a brasileira afirmou que não participará do show. O franco-espanhol Manu Chao, que tem músicas com um tom político, foi cogitado tanto no show de Branson quanto no festival de Maduro, mas usou o Twitter para desmentir que estará na fronteira.

O evento organizado pelo governo deve contar com artistas locais e ainda promete realizar consultas médicas gratuitas e distribuição de alimentos.

Ontem, o presidente Nicolás Maduro também anunciou a extensão do Carnaval na Venezuela. O presidente decretou que o feriado vai começar na quinta-feira dessa vez, dando mais dois dias de festejos. O mandatário também afirmou que vai distribuir um "bônus" para que aproveitem a festa.