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Após fracasso em ajuda humanitária, Juan Guaidó pede apoio internacional

Raul Arboleda/AFP -
Fortes opositores de Maduro, Mario Abdo (esq.), presidente do Paraguai, e Iván Duque (dir), presidente da Colômbia, assistem a discurso de Juan Guaidó
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CARACAS - O autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, disse que seus próximos passos se darão em confluência com a comunidade internacional. Derrotado pelas forças chavistas na tentativa de envio de ajuda humanitária ao país, disse que participará pela primeira vez do Grupo de Lima em encontro marcado para hoje.

"Os acontecimentos de sábado me obrigam a tomar uma decisão: defender à Comunidade Internacional de maneira formal que devemos ter abertas todas as opções para conseguir a libertação. Para avançar no nosso caminho, me reunirei na segunda-feira com nossos aliados internacionais, e seguiremos organizando ações internamente. As pressões internas e externas são fundamentais", publicou Guaidó no Twitter.

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Luis Almagro, secretário da OEA, e Iván Duque, presidente da Colômbia, assistem a discurso de Guaidó (Foto: Raul Arboleda/AFP)

Guaidó, que está na Colômbia desde sexta-feira - apesar de proibição de sair da Venezuela -, confirmou ontem que vai comparecer à reunião do Grupo de Lima prevista para hoje. O anfitrião Ivan Duque, presidente da Colômbia, comemorou a participação de Guaidó: "o legítimo governo da Venezuela se integra formalmente ao Grupo de Lima".

Além dos chanceleres dos 14 países-membros, os vice-presidentes dos EUA, Mike Pence, e do Brasil, general Hamilton Mourão, já anunciaram que estarão no encontro. O venezuelano antecipou que o grupo vai discutir "possíveis ações diplomáticas" contra o presidente Nicolás Maduro. Em declaração dada ontem, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, afirmou que os dias de Maduro "estão contados", mas não citou uma data exata.

Juan Guaidó utilizou ontem suas redes sociais para exaltar o apoio de aliados após a derrota, entre elas uma nota do Itamaraty: "o Governo do Brasil expressa sua condenação mais veemente aos atos de violência perpetrados pelo regime ilegítimo do ditador Nicolás Maduro, no dia 23 de fevereiro, nas fronteiras da Venezuela com o Brasil e com a Colômbia, que causaram várias vítimas fatais e dezenas de feridos".

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Fortes opositores de Maduro, Mario Abdo (esq.), presidente do Paraguai, e Iván Duque (dir), presidente da Colômbia, assistem a discurso de Juan Guaidó (Foto: Raul Arboleda/AFP)

A Alta Comissária da ONU para Direitos Humanos, Michelle Bachelet, também condenou a violência nas fronteiras. "O Governo venezuelano deve obrigar aos oficiais de segurança a deixar de empregar um uso de força excessivo contra manifestantes desarmados e ciudadãos comuns", disse em comunicado oficial.

Uma suposta queima de caminhões também foi repercutida entre opositores. O governo Maduro diz que os veículos foram queimados pelos próprios opositores com um objetivo de criar um factóide.

Entre os chavistas, o clima é de vitória. "Ontem nós mostramos a eles que não caímos no que queriam. Não demos os mortos que eles queriam, agimos de forma muito inteligente, até a vitória", disse Diosdado Cabello, presidente da Assembleia Constituinte, em comício.

Raul Arboleda/AFP - Luis Almagro, secretário da OEA, e Iván Duque, presidente da Colômbia, assistem a discurso de Guaidó