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Secretária de Segurança Interna dos EUA renuncia em meio a reclamações de Trump sobre fronteira

Política de separação de famílias gerou onda de revoltas

REUTERS/Jonathan Ernst -
Kirstjen Nielsen
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WASHINGTON (Reuters) - A secretária de Segurança Interna dos Estados Unidos, Kirstjen Nielsen, que supervisionou as políticas de imigração do presidente Donald Trump durante tumultuados 16 meses, renunciou no domingo em meio a um aumento no número de imigrantes na fronteira com o México.

Um funcionário de alto escalão do governo disse que Trump pediu a renúncia de Nielsen, e ela consentiu.

Trump, que recentemente expressou crescente raiva sobre a situação na fronteira, disse no Twitter: "A secretária de Segurança Interna, Kirstjen Nielsen, deixará seu cargo, e eu gostaria de agradecer a ela por seu serviço".

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Kirstjen Nielsen (Foto: REUTERS/Jonathan Ernst)

Em outro tuíte, Trump disse que Kevin McAleenan, o atual comissário da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA, se tornaria secretário interino do Departamento de Segurança Interna (DHS, em inglês).

Em um tuíte no fim de domingo, Nielsen afirmou que permaneceria no cargo até quarta-feira.

"Eu concordei em permanecer como secretária até quarta-feira, 10 de abril, para ajudar com uma transição ordenada e garantir que as principais missões do DHS não sejam afetadas", disse.

Nielsen, de 46 anos, era secretária do DHS desde dezembro de 2017. Sua saída havia sido repetidamente comentada no ano passado, particularmente após uma onda de revolta sobre a política de separação de famílias, em 2018, na fronteira com o México, e mais recentemente quando funcionários da fronteira dos EUA estimaram que 100 mil imigrantes foram detidos na fronteira ao sul em março, o nível mais alto em uma década.

Outro funcionário do governo disse que o conselheiro de segurança nacional de Trump, John Bolton, também recomendou a Trump que ela deveria deixar o cargo, após um desentendimento com Nielsen no final de 2018.

Trump fez da repressão à imigração ilegal uma peça central de sua Presidência, em especial com o projeto de construir um muro na fronteira, à medida que tenta reduzir o número de recém-chegados aos Estados Unidos que não têm a devida documentação.

Em sua carta de renúncia, Nielsen pediu mais do Congresso e dos tribunais, que se opuseram a iniciativas da administração Trump, como seu esforço para limitar a imigração de países muçulmanos e do muro da fronteira.

"Espero que o próximo secretário tenha o apoio do Congresso e dos tribunais na fixação das leis que impediram nossa capacidade de proteger plenamente as fronteiras dos Estados Unidos e que contribuíram para a discórdia no discurso de nossa nação", escreveu ela a Trump.

A renúncia de Nielsen foi a mais recente saída do governo Trump, o que deixa apenas quatro mulheres em seu gabinete. Entre outros, Trump atualmente carece de um secretário permanente de Defesa e de um chefe de gabinete.