NAIRÓBI (Reuters) - Atiradores sequestraram dois médicos cubanos perto da fronteira do Quênia com a Somália, nesta sexta-feira, quando eles iam para o trabalho, e mataram a tiros um policial que os protegia, disseram autoridades.
A rede de televisão local KTN News informou que a polícia suspeita que os atiradores podem ser militantes do Al Shabaab, grupo somali ligado à Al Qaeda. Imagens da rede Kenyan Citizen mostraram policiais montando um bloqueio em uma estrada que leva à fronteira.
O porta-voz do Serviço Nacional de Polícia, Charles Owino, disse que atiradores em dois carros Toyota interceptaram o veículo que levava os médicos cubanos, além de dois policiais, no centro da cidade de Mandera.
Um policial foi morto a tiros pelos agressores, que depois "ordenaram que o carro e os ocupantes cruzassem a fronteira com a Somália", disse Owino em uma coletiva de imprensa.
Segundo ele, o veículo, que pertence ao hospital do condado de Mandera, onde os médicos trabalham, foi recuperado e o motorista foi detido para um interrogatório
Não se soube de imediato o destino do segundo policial.
Owino não disse quem está por trás do ataque e não respondeu perguntas.
O Al Shabaab assumiu a responsabilidade por diversos ataques na cidade fronteiriça do nordeste do Quênia, nos quais dezenas de civis e agentes de segurança foram mortos.
Em novembro, atiradores feriram cinco pessoas, duas delas crianças, e raptaram uma agente humanitária italiana em Chakama, pequena cidade próxima do litoral queniano no Oceano Índico ao sul da divisa somali. O destino da italiana é desconhecido.
O Al Shabaab luta para depor o governo central da Somália e estabelecer seu próprio controle com base em uma interpretação rígida da lei islâmica.
O grupo também realiza ataques frequentes no Quênia, a maioria na região fronteiriça do norte, para pressionar o governo queniano a retirar tropas da força pacificadora somali que integra a União Africana.
Na terça-feira, a embaixada dos Estados Unidos elevou o alerta para viagens no condado de Mandera. "Demonstrem cautela adicional no Quênia devido ao crime, terrorismo e sequestros", disse o alerta.
(Reportagem adicional de George Obulutsa, Duncan Miriri, Humphrey Malalo)