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Sábado, 3 de maio de 2025

Migrante volta a El Salvador para enterrar filha e marido que morreram tentando chegar aos EUA

REUTERS/Stringer -
Corpos de imigrantes de El Salvador que morreram afogados no Rio Bravo, na fronteira do México com os EUA
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SAN LUIS TALPA, El Salvador (Reuters) - Inquieta e esfregando as mãos, a jovem salvadorenha Tania Vanessa Ávalos chegou a El Salvador para esperar os corpos de sua pequena filha e de seu marido, mortos no México enquanto tentavam cruzar um rio para entrar nos Estados Unidos, em uma tragédia registrada por uma foto que rodou o mundo.

A mulher de 23 anos, que se salvou de ser arrastada no domingo pela forte correnteza do rio fronteiriço, chegou na sexta-feira a seu país para se reunir pela última vez com sua família, após ver seu sonho interrompido.

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Corpos de imigrantes de El Salvador que morreram afogados no Rio Bravo, na fronteira do México com os EUA (Foto: REUTERS/Stringer)

Ávalos preferiu não falar com a imprensa ao chegar ao aeroporto Óscar Arnulfo Romero, de El Salvador, acompanhada pelo vice-ministro de Relações Exteriores, Mauricio Cabrera.

O vice-chanceler reiterou o apelo a seus compatriotas para que não tentem a perigosa viagem aos Estados Unidos sem documentos.

“Não coloquem suas vidas em risco, ou a de seus filhos, não confiem em traficantes de pessoas que querem apenas seu próprio benefício e que, em muitas ocasiões, não cumprem com as promessas que fazem”, disse, posteriormente.

Autoridades de El Salvador disseram que os corpos de Óscar Martínez, de 25 anos, e da filha de menos de 2 anos Angie Valeria seriam repatriados por terra, desde o México, e chegariam a El Salvador no domingo.

A foto do pai e da filha mortos, amplamente difundida em redes sociais, mostra ambos com o rosto para baixo no rio, próximos a uma das margens.

Aparentemente, o pai havia colocado sua camiseta sobre a criança para improvisar um portador de bebês. O short vermelho de Valeria estava inchado por uma fralda cheia de água.

A agência de refugiados das Nações Unidas, Acnur, comparou a fotografia com a imagem do garoto sírio de 3 anos Aylan Kurdi, que se afogou no Mediterrâneo e cujo corpo foi encontrado em uma praia da Turquia, em 2015.

(Reportagem de Nelson Rentería)

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el | morte | Salvador